Um jornal do Partido Comunista Chinês defende a importância da aliança entre Pequim e Pyongyang, numa altura em que se prepara uma cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Pequim é o principal aliado diplomático e o maior parceiro comercial do regime de Kim Jong-un.
No entanto, a relação entre os dois países vizinhos, outrora descrita como sendo de “unha com carne”, tem-se deteriorado nos últimos anos, face à insistência da Coreia do Norte em avançar com um programa nuclear.
A recente aproximação de Pyongyang a Seul e a Washington, com a participação norte-coreana nos Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul, e a possibilidade de uma cimeira entre Trump e Kim, serviu para aliviar as tensões, que no ano passado atingiram níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950 a 1953).
Em editorial, o “Global Times” lembra que seria “difícil e perigoso (para Pyongyang) lidar sozinha com Seul, Washington e Tóquio”.
O jornal escreve, ainda, que a aliança com a Coreia do Norte “favorece a estratégia periférica de Pequim e cria mais espaço para a China gerir os assuntos do nordeste da Ásia”.
Nos anos 1950, os dois países lutaram juntos contra os EUA.
Pequim abdicou, entretanto, da ortodoxia comunista e escolheu o desenvolvimento económico como “tarefa central”.
A China é hoje a segunda maior economia mundial, mas o “papel dirigente” do Partido Comunista continua a ser um “princípio cardinal” e, em teoria, o país é governado sob a égide da doutrina marxista-leninista, tornando Pyongyang no seu único aliado ideológico no Nordeste asiático, onde o Japão e a Coreia do Sul mantêm uma estreita aliança com Washington.