O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al-Hussein, pede ao Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que abra as portas à ONU para a Organização verificar, no terreno, o que se passa no país.
“Nós não fomos convidados e não fomos autorizados a entrar. Se não está tudo tão mal como outros (que não o Governo venezuelano) dizem, então porque não nos deixam entrar?”, questionou Ra’ad Al-Hussein, citado pela Lusa.
O alto comissário apresentou, quarta-feira, 7, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, o Relatório Anual sobre a situação das liberdades fundamentais no mundo, onde refere as liberdades de expressão, opinião, associação e reunião pacífica são “reprimidas e seriamente restringidas” na Venezuela.
Além disso, o alto-comissário afirmou que “não estão a ser cumpridas as condições mínimas para a realização de eleições livres e credíveis”, sendo que estas vão decorrer a 20 de Maio e foram convocadas pelo Governo do Presidente Nicolás Maduro.
Estas afirmações de Zeid Ra’ad al-Hussein receberam fortes críticas de Caracas e o Ministério dos Negócios Estrangeiros venezuelano considerou-as “infundadas e irresponsáveis”.
O alto-comissário indicou que a sua equipa continuará a investigar, à distância, como acontece em muitos outros países do mundo.
Em Agosto, o Escritório do Alto-Comissário publicou um Relatório, realizado através de entrevistas telefónicas, em que foram relatadas violações generalizadas dos direitos humanos na Venezuela.
O relatório sublinhou que as forças de segurança venezuelanas maltrataram, de forma sistemática e generalizada, milhares de manifestantes e detiveram, arbitrariamente, pelo menos cinco mil pessoas, muitas das quais sofreram “torturas” durante a sua detenção ou prisão.