A Juventude do PAICV (JPAI) diz-se preocupada com o facto da ilha do Fogo estar a perder, jovens quadros, sobretudo para Santiago e Estados Unidos. Neste sentido alertou para a necessidade de se começar a pensar no ensino superior na ilha, levando em conta as suas particularidades vulcanológicas, sismológicas e agrícolas.
A Juventude do PAICV acredita que os jovens foguenses devem ter um papel fundamental no desenvolvimento da ilha. Os desafios que se impõem à toda a ilha demandam uma análise e participação activa da sua juventude no gizar das soluções.
É seguindo esta lógica que a JPAI manifestou a sua preocupação para a constante e sistemática perda de jovens quadros para a ilha de Santiago e os Estados Unidos, movidos pela procura de uma vida melhor. Assim sendo, alertou para a necessidade de se começar a pensar em tornar o ensino superior uma realidade na ilha.
“Urge começar-se a pensar no ensino superior no Fogo, tendo em conta o perfil do mesmo e as áreas onde a ilha é um laboratório vivo, como as ligadas à vulcanologia, sismologia, agricultura, com destaque para cultura de videira e produção industrial e artesanal do vinho, silvicultura, turismo”, lê-se num comunicado da JPAI.
Segundo a Juventude dos tambarinas, há uma séria necessidade de intervenção e participação dos jovens na vida económica, social e política da ilha, denunciando os constrangimentos que impedem o seu desenvolvimento, reivindicando os investimentos públicos necessários, bem como uma política de discriminação positiva para a fixação de jovens no concelho.
“A extinção dos centros de juventude e a falta de visão estratégica em matéria de políticas de formação profissional, que se vislumbra sobretudo pela falta de alinhamento entre as ofertas de formação e as reais necessidades de desenvolvimento da ilha, são sinais mais do que evidentes da falta de vontade política deste governo em atender os anseios da nossa juventude”, prossegue.
Na sua óptica, a ilha do Fogo clama por políticas públicas para a juventude, que visam debelar o grave problema do desemprego juvenil, que afecta principalmente São Filpe.
“Causa alguma estranheza nesse município o ‘novo figurino de governação de São Filipe’ que em nada capitaliza a juventude do concelho como um activo de desenvolvimento. Em vez de um Presidente de Câmara Municipal que zela pelos interesses dos munícipes mais parece ser um Delegado do Governo em São Filipe, isto numa clara e grave violação do princípio de separação de poderes entre os de nível local e central”, argumenta.