Nenhum país do continente africano cumprirá o objectivo da ONU de acabar com a fome até 2030, de acordo com um estudo publicado na revista “Nature”.
O estudo revela dois mapas que permitem analisar o impacto da desnutrição e do analfabetismo na população africana, com o objectivo de ajudar a identificar as regiões onde os objectivos de desenvolvimento não estão a ser cumpridos.
Os mapas revelam que a maioria dos países africanos, especialmente os da África Sub-Saariana, apresentam uma melhoria de nutrição ao longo dos 15 anos investigados (entre 2000 e 2015), embora as disparidades individuais entre os países continuem.
Os autores verificam que as regiões com um crescimento mais lento, como o Chade ou a Somália, receberam menos ajuda internacional e sofreram conflitos de longo prazo.
É apontado no estudo que a Educação é uma das chaves para o desenvolvimento de uma sociedade e que está associada ao aumento do capital humano e social, igualdade de género e soluções de saúde para as mulheres.
O artigo lembra que a desnutrição pode causar problemas de crescimento, atrofia e perda de peso abaixo dos níveis saudáveis, mas que “nenhum país do continente alcançará o objectivo da ONU de erradicar a fome e má-nutrição até 2030”.
Num artigo também publicado na revista “Nature”, que acompanha o estudo, o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, enfatizou o progresso revelado pelos mapas – ao longo do tempo -, apesar das grandes diferenças entre os países africanos.