O ministro das Finanças, Olavo Correia, disse esta sexta-feira que “é bom e agradece” a investigação do Ministério Público sobre o alegado favorecimento da Tecnicil Indústria, na sequência do aumento dos direitos de importação para laticínios e sumos de fruta.
Recorde-se que, segundo o que avançou, em primeira, o Jornal sua edição impressa desta semana, “a Procuradoria-Geral da República decidiu tirar a limpo se a Tecnicil Indústria beneficiou ou não de tráfico de influência no processo que a levou a lançar no mercado, no inicio deste ano, sua nova linha de produtos lácteos e sumos”. Investigação poderá desembocar no ministro Olavo Correia, ex-administrador dessa empresa.
Reagindo, Olavo Correia afirma não ter nada a esconder. Este governante diz ser até é bom essa investigação para esclarecer as “calúnias” contra sua pessoa.
“Penso que é bom serem analisadas as questões todas. Vivemos num país democrático. Se há dúvidas é preciso clarificar. Não tenho nada a comentar porque não vi ainda nenhuma comunicação do Ministério Publico”, afirmou.
“Cabe a quem investigar que investigue e depois ficará tudo esclarecido. Não tenho nada a esconder penso que é normal e é bom que seja clarificado para que toda essa calúnia possa ser esclarecida”, acrescentou.
Olavo Correia, citado pela Inforpress, reiterou que o aumento dos direitos de importação para laticínios e sumos de fruta foi uma decisão do Governo, apresentada no Parlamento, e aprovada por todos no sentido de proteger a indústria nacional.
“E uma decisão colectiva a nível do Governo, do Parlamento, e querer ligar-me a esta questão em concreto penso que tem a ver com aspectos outros, mas caberá às instâncias competentes dirimir esta questão e clarificar aos cidadãos e fico muito agradecido”, afirmou.
Na apuração dos factos, sabe o A NAÇÃO, várias entidades, tanto públicas como privadas, vão ser ouvidas pelo Ministério Público. Além da Tecnicil, uma dessas entidades é, por exemplo, a Câmara de Serviços de Sotavento, presidida por Jorge Spencer Lima, de quem partiu a proposta de aumento de taxas aduaneiras, conforme por diversas vezes informou o ministro Olavo Correia, em resposta às críticas que se fizeram ouvir a tal medida proteccionista.
O próprio ministro das Finanças e vice-primeiro-ministro deverá ser também ouvido, tendo em conta as suspeitas que neste momento pairam sobre ele, como tendo agido a favor da antiga empresa para a qual trabalhou como administrador durante vários anos.
A medida foi aprovada pelo Parlamento a 13 de Dezembro com votos favoráveis do MpD (partido no poder) e do PAICV e contra da UCID e apenas uma abstenção do deputado do PAICV, Felisberto Vieira. A mesma tem sido alvo de várias criticas, mesmo do principal partido da oposição, PAICV, que aprovou a proposta no Parlamento.
C/Inforpress