O atleta paralímpico, Márcio Fernandes, anunciou na noite de terça-feira (20) o adeus à sua carreira desportiva, no que a alta competição diz respeito, em representação de Cabo Verde.
Segundo uma publicação no facebook do atleta, a decisão foi tomada após muita reflexão, chegando ao ponto de ter a certeza de que não estariam reunidas as condições ideais para prosseguir com um trabalho sério e rigoroso.
“Tudo na vida tem um início e um fim, e chegou o momento de pôr um fim a minha carreira desportiva no que diz respeito a alta competição, em representação de Cabo Verde. Foram 20 anos de atletismo, 12 dos quais ao mais alto nível com muita luta muitos sacrifícios, momentos baixos, momentos altos, vitórias, derrotas medalhas, grandes competições, enfim tudo o que envolve a prática desportiva”, pode-se ler na mesma publicação.
Para o futuro o atleta paralímpico aponta como desafios, o foco na família, mas também em novos projectos tendo em vista a sua sustentabilidade. Márcio Fernandes diz ainda que foi uma enorme honra e prazer representar o país, contribuindo para o seu engrandecimento. Na mesma linha demonstra a sua total abertura para colaborar e compartilhar toda a sua experiência comas gerações do futuro, dando continuidade as grandes conquistadas para o desporto nacional.
Apesar de oficialmente só chegar agora, o adeus de Márcio Fernandes ao desporto paralímpico de alta competição foi anunciado em 2016, na ressaca dos Jogos Paralímpicos desse ano, no Rio de Janeiro. Na altura, em entrevista exclusiva ao A NAÇÃO, o atleta disse que pretendia sair da cena desportiva logo após o Campeonato do Mundo de Londres de 2017, prova onde iria defender o título mundial de lançamento do dardo, alcançado em 2015, em Doha. Na prova disputada em Londres, Márcio Fernandes ficou no quarto posto do lançamento do dardo, falhando assim o seu objectivo.
Márcio Fernandes iniciou a sua carreira em 1994, num clube do seu bairro em Portugal. Na altura, os campeonatos regionais de pista e estrada tornaram-se o seu primeiro palco. De lá até cá foi uma enorme luta, que só deu frutos a longo prazo. A primeira medalha de sempre do atleta coincidiu com a sua estreia a representar Cabo Verde, no Meeting de Bilbau em 2005.
JF