O bispo da Diocese do Mindelo, Dom Ildo Fortes, relembrou Francisco como “um dom e uma bênção para a Igreja e para a humanidade, em tempos verdadeiramente conturbados e difíceis”. Já o Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva decretou dois dias de luto nacional, terça e quarta-feira, pela morte do Papa Francisco.
Dom Ildo Fortes exaltou o esforço feito pelo Papa para celebrar no domingo, 20, a bênção de Páscoa, na Basílica de São Pedro, em Roma, mesmo estando doente.
“E devo dizer que foi um gesto significativo. Nós estamos diante de alguém que se deu até ao fim, literalmente falando, o contexto da Páscoa de Jesus. O Papa Francisco, para mim, é, nesses nossos tempos, o ícone, a imagem mais perfeita de quem quis pôr em prática o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo”, enfatizou.
“Papa de coração universal”
“Muita gente não entendeu, inclusive da parte da Igreja, alguns não entenderam que este Papa tivesse sublinhado tantas vezes todos, todos, todos, todos têm lugar, todos têm parte na Igreja”, enalteceu Dom Ildo Fortes, para quem Francisco era um “Papa de coração universal”.
O bispo considerou que uma das últimas e maiores obras do pontífice foi o Sínodo dos Bispos, no qual teve oportunidade de participar e num evento onde o bispo de Roma procurou pôr em marcha o Conselho Vaticano II, que foi o último conselho para a renovação da igreja.
“Uma igreja actualizada, neste tempo, uma igreja junto dos oprimidos, uma igreja que fale a linguagem que os homens percebam, uma igreja que não seja clerical, mas uma igreja de comunhão”, enalteceu.
Dois dias de luto nacional
Ulisses Correia e Silva expressou em nome do Governo, as sentidas condolências a Igreja Católica e todos católicos cabo-verdianos.
A morte do Papa Francisco, segundo o chefe do executivo, representa uma grande perda para a humanidade e para a Igreja Católica.
“Papa Francisco foi um grande combatente pela transparência, a moralidade na igreja, um grande combatente também pela paz, dignidade dos imigrantes, o combate pelo planeta face às mudanças climáticas. Efectivamente, estamos perante um bom homem, um bom pastor que deixa marcas muito relevantes e marcantes no seu tempo”, declarou.
Ainda de acordo com Ulisses Correia e Silva, o Papa Francisco deixa marcas relativamente àquilo que é a perspectiva de futuro que, acrescentou, seja da maior paz, esperança, liberdade e engajamento e solidariedade a nível mundial.
Lamentou, por outro lado, o facto da visita do Papa Francisco a Cabo Verde quando ainda vivo não ter se concretizado, afirmando que essa era uma grande esperança, mas depois com o tempo tornou-se quase uma impossibilidade devido à fragilidade e problemas de saúde que o Papa enfrentava.
C/ Inforpress
