O sector de táxis em São Vicente, particularmente na cidade do Mindelo, enfrenta desafios que há muito preocupam os profissionais da área. A falta de regulamentação clara, a concorrência desleal e as dificuldades económicas têm sido temas recorrentes nas reivindicações dos taxistas. Vinte novos táxis poderão, em breve, ser autorizados.

Rui Jorge dos Santos Lopes
Nos últimos anos, os condutores de táxis, casos de Romi Dias (este com dois anos de profissão), Rui Jorge dos Santos Lopes (com alguns seis meses a trabalhar como taxista) e António Gomes (com mais de 20 anos a trabalhar, e já a aposentar-se) têm alertado para a necessidade de melhor organização do sector.
Entre as medidas aguardas constam a revisão das tarifas, a melhoria das infraestruturas rodoviárias e a criação de incentivos para a renovação da frota que se encontra bastante envelhecida. Mas os taxistas queixam-se também da falta de fiscalização, que permite a circulação de veículos sem licença, prejudicando aqueles que operam dentro da legalidade.
Uma fonte que pediu anonimato disse-nos que aguardam soluções a serem apresentadas pelo edil Augusto Neves, a partir de um prometido encontro com o presidente da Associação dos Condutores de Táxis de São Vicente, Jorge da Graça Delgado, no quadro de uma busca de soluções para o sector.
E sobre a mesa estará a possibilidade da introdução de vinte novos táxis na ilha, uma medida que pode impactar directamente a dinâmica do transporte urbano.
Instado a pronunciar-se sobre este assunto, Jorge da Graça Delgado escusou-se a comentar a informação e relegou-nos para outra oportunidade.
A introdução de novos veículos pode representar uma oportunidade para modernizar o serviço, mas também levanta preocupações entre os taxistas que já operam na cidade. Vários receiam que o aumento da frota possa agravar a concorrência e reduzir os rendimentos individuais, caso não haja um plano estruturado para a sua implementação.
Os desafios enfrentados pelos taxistas
Além da frota, os taxistas do Mindelo enfrentam problemas estruturais que dificultam o seu trabalho diário. Nomeadamente, estradas degradadas e falta de sinalização adequada que dificultam a circulação e aumentam os custos de manutenção dos veículos. A isso soma-se a concorrência informal que se prende com o transporte clandestino, que continua a ser uma preocupação, com motoristas não licenciados a operar sem regulamentação, bem como a segurança em que casos de assaltos e violência contra taxistas têm sido relatados, levando a pedidos de maior proteção por parte das autoridades.
Segundo os nossos entrevistados, preocupam-nos ainda as tarifas e os custos operacionais. Alguns condutores defendem uma revisão das tarifas, alegando que os preços actuais não cobrem os custos crescentes de combustível e manutenção.
Perspetivas para o futuro
No entender dos taxistas, um encontro entre Augusto Neves e a Associação pode ser um passo importante para encontrar soluções concretas para os problemas do sector. A expectativa dos taxistas é que sejam discutidas medidas de apoio, como incentivos para a renovação da frota, maior fiscalização contra o transporte clandestino e melhorias nas infraestruturas urbanas.
A cidade do Mindelo depende fortemente do transporte de táxis para a mobilidade dos seus habitantes e visitantes. A modernização e a regulamentação do sector podem beneficiar os profissionais da área, mas também melhorar a qualidade do serviço prestado à população.
