PUB

Cultura

Kriol Jazz 2025: Bonga e Sona Jobarteh aguardados com expectativa

A diversidade de ritmos e culturas volta a invadir a capital com o Atlantic Music Expo (AME), que termina esta quinta-feira,10, e o Kriol Jazz Festival (KJF) que este ano tem o angolano Bonga e a gambiana Sona Jobarteh como principais atracções, sem descurar também de Mário Lúcio, Nancy Vieira e Las Karamba, entre outros. Este ano os bilhetes para o KJF estão mais baratos. Dois contos e quinhentos, por dia.

Seguindo o ritual desde a primeira edição do Atlantic Music Expo (AME) há 11 anos, esta quinta-feira, 10, anterior aos dois dias de festival pago do Kriol Jazz Festival (KJF), fica marcada pelo encerramento do AME e a abertura oficial da festa do Jazz, na capital cabo- -verdiana. Um evento que já com um público fiel, tanto nacionais como estrangeiros, e até emigrantes que optam por tirar férias nesta altura do ano para celebrarem a diversidade cultural que se respira por estes dias na capital cabo-verdiana.

Embora muitos falem de um cartaz mais “low cost” em relação a anos anteriores, por onde passaram Seu Jorge, Stanley Jordan, Ayo e até Salif Keita, entre tantos outros, o certo é que Praia conquistou o seu espaço no mosaico dos festivais do continente africano. Isto mesmo sem o apoio oficial da Câmara Municipal, que este ano cortou o habitual patrocínio de 10 mil contos. Um rombo que afectou certamente a programação.

Cartaz que valoriza artistas femininas

Mas nada que, como afirmou o produtor Djo da Silva, faça abrandar a organização que, mesmo mais limitada, trabalhou para não defraudar as expectativas dos fãs do KJF.

“Em geral sempre temos artistas da América Latina, Caraíbas, Europa e África que se encontram na Praia. Inovação é sempre trazer música diferente e este ano com uma programação bastante feminina, com grandes mulheres, não somente a nível da voz, mas também que tocam instrumentos de forma incrível”, afirmou à Rádio Alfa.

Como garantiu, o público vai ter a oportunidade de descobrir que, actualmente, há muitas mulheres na música, incluindo no Jazz. Casos de Sona Jobarteh (Gambia), Las Karamba (Cuba) e Michelle David e os  True Tones (EUA) que integram o cartaz desta edição de 2025do KJF.

Este ano destaca-se também a homenagem ao saxofonista Totinho, que faleceu repentinamente o ano passado. Totinho, que tocou vários anos no festival, integrando vários projectos criados pela organização do KJF e trabalhou, também com Cesária Évora, nos palcos do mundo.

Aposta na diversidade

E é assim que do espírito de músicas do mundo, que desde segunda-feira, 7, invadiu o centro histórico do Platô, com actuações, workshops e palestras do AME, e a Pracinha da Escola Grande prepara-se a partir desta quinta-feira,10, numa noite de acesso gratuito, para vibrar ao som do Jazz, nas suas mais variadas formas, formatos, instrumentos e sonoridades.

É a 14ª Edição do KJF que este ano tem o angolano Bonga, bem conhecido do público nacional, e a gambiana Sona Jobarteh como nomes que suscitaram as expectativas do público.

Mas a festa promete ainda várias outras actuações com foco nos ritmos africanos e do Caribe, passando pelo jazz clássico norte- -americano e, naturalmente, com os ritmos do jazz criolo de Cabo Verde à mistura .

Kriol – Kréyol e Cabo Cuba Jazz abrem dia grátis do KJF

Hoje quinta-feira, 10, sobem ao palco o colectivo Kriol-Kréyòl, um projecto que resulta de uma residência criativa que reúne os músicos da Martinica e Guadalupe, Mario Canonge Trio (Arnaud Dolmen, Michel Alibo e Mario Canonge) que trazem todo o groove caribenho, e de Cabo Verde, as vozes inconfundíveis de Boy Gé Mendes e Zulu Zulu, naquilo que a organização antevê como um show que se vai destacar pela “harmonia perfeita”.

A fechar esta primeira noite gratuita, que marca também o encerramento do AME, como já referimos atrás, estão os Cabo Cuba Jazz, que já pisaram o palco do KJF em edições anteriores.

Este grupo internacional, o qual integra o conceituado pianista cabo-verdiano Carlos Matos, vai trazer, mais uma vez, uma fusão única, misturando a melancolia das ilhas de Cabo Verde com a energia vibrante da rumba cubana, salsa e jazz aventureiro.

Mário Lúcio inaugura primeiro dia de bilhetes pagos

Já na sexta-feira, 11, cabe a Mário Lúcio Sousa abrir o palco naquele que é o primeiro dia de festival pago. Segue-se Nancy Vieira, que também dispensa apresentações, que faz as honras “em casa” para o público da Praçinha da Escola Grande receber o Mario Canonge Trio, que também não é a primeira vez que marca presença no certame. Os sons da Guadalupe e Martinica prometem aquecer assim os fãs do jazz para dar vez aquele que é um dos nomes mais aguardados desta edição Sona Jobarteh.

Diva do “kora” nascida em Londres, mas filha de gambianos, Sona Jobarteh é descendente de uma das principais cinco famílias (griot) de tocadores de “kora” da África Ocidental. Multi- -instrumentista, tinha apenas três anos quando começou a experimentar o “kora” e desde então nunca mais parou.

É uma referência da música africana e presença assídua em inúmeros festivais da chamada worldmusic. Jobarteh antecede ao colectivo Sixun, vindo de França, uma referência nas fusões entre as melodias e ritmos afro-jazz-funk. Cabe assim a eles encerrar a noite de sexta-feira,11.

Bonga encerra o festival

Já no sábado, 12, as atenções estão voltadas para o angolano Bonga, uma referência na música da lusofonia, que irá certamente cantar e dançar ao ritmo do semba e não só. Cabe-lhe encerrar o festival, naquilo que se espera que seja uma noite de energia vibrante ao som de boa música.

Mas, o cartaz de sábado é diversificado e conta inclusive com a actuação de várias artistas femininas. Cabe a Nancy Vieira inaugurar o palco. Entre mornas e coladeiras, deverá trazer alguns dos seus maiores sucessos, mas também deverá navegar pelos temas do seu novo trabalho “Gente” lançado o ano passado e muito aclamado pela crítica. Este trabalho entrou inclusive para o ranking de melhores álbuns de World Music de 2024.

Igualmente, foi galardoado com o prémio “Quarterly Best”, prémio atribuído pela Associação de Críticos Musicais Alemã. Será certamente uma artista que irá fazer muita gente chegar a horas para o arranque deste último dia.

Nancy abre o palco para outra vez feminina, Michelle David e os True Tones, directamente dos EUA. Este colectivo irá levar o público numa viagem pelo jazz e soul clássicos, com muito Groove há mistura, fruto da diversidade de músicos que compõe esta banda, aquecendo o público para a aguardada actuação de Bonga que encerra assim esta 14ª Edição do KJF. Os bilhetes custam 2.500 escudos por dia, menos 500 escudos que o ano passado.

PUB

Adicionar um comentário

Faça o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

PUB

PUB

To Top