Cinco jornalistas de diversos meios de comunicação social foram brutalmente agredidos por homens não identificados enquanto estavam a fazer a cobertura do processo eleitoral no Conselho de Eleições Estaduais, na região de Ashanti, no dia 11 de fevereiro. O caso foi agora tornado público.
A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) e a Associação de Jornalistas de Gana (GJA) condenaram veementemente o ataque e exigiram que as autoridades realizem uma investigação rigorosa para levar os responsáveis à justiça.
Segundo relatos da imprensa local, os jornalistas estavam reportando o processo eleitoral no Ashanti Regional Coordinating Council quando foram agredidos por sete homens.
Entre os agredidos estavam Kifi Adede, da Oyerepa Radio and Television, Henry Attah Kofei, do Osiekrom Dawuro Newspaper, Charles Awuah Mensah, da Lawson Television, Gabriel Kwasi Oppong, da Angel Broadcasting Network, e Gideon Nana Peprah, do Ghana Web. Quatro desses jornalistas sofreram ferimentos e precisaram de atendimento hospitalar.
O ataque
Gideon Nana Peprah, em entrevista ao Gana Web, contou que os agressores invadiram o local sem aviso, espalharam documentos eleitorais e começaram a atacar os jornalistas e oficiais eleitorais. “Eles me acusaram de estar gravando vídeos e exigiram que os apagasse. Quando tentei reagir, tomaram meu telefone e me agrediram com um objeto metálico”, relatou.
Em uma coletiva de imprensa realizada no dia 18 de fevereiro, o presidente da GJA, Albert Kwabena Dwumfour, pediu ao presidente de Gana, John Mahama, que tome medidas eficazes para impedir os ataques a jornalistas e que os responsáveis sejam presos e julgados. Dwumfour também destacou que, em fevereiro, seis jornalistas foram atacados em apenas uma semana, sendo quatro dos casos na região de Ashanti e dois em Walewale, no nordeste do país. Ele mencionou que acredita que os agressores são apoiadores ou simpatizantes do partido no poder.
Além disso, Dwumfour expressou sua preocupação com a falta de progresso na investigação do assassinato do jornalista Ahmed Suale, ocorrido em 2019.
Apelo à justiça
A GJA afirmou que, caso não haja avanços significativos na investigação até março de 2025, buscará reparação nos tribunais internacionais, incluindo o Tribunal de Justiça da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Anthony Bellanger, secretário-geral da IFJ, reforçou que a onda de ataques a jornalistas em Gana exige uma resposta imediata das autoridades. “Os responsáveis por esses crimes precisam ser investigados e processados. Não há justificativa para que um governo democrático permaneça passivo enquanto crimes contra jornalistas continuam a crescer sem consequências”, afirmou.
A IFJ, a Federação Africana de Jornalistas (FAJ) e a GJA seguem monitorando de perto as investigações sobre o assassinato de Ahmed Suale e a violência contra jornalistas em Gana, buscando justiça e garantindo que os agressores não permaneçam impunes.
Leliane Semedo
*Estágiaria
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