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Política

Cabo Verde mais resiliente aos choques externos

Um documento do sistema das Nações Unidas, produzido pela UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), afirma que Cabo Verde se apresenta, actualmente, como o país mais resiliente a choques externos em África. O documento listou ainda África do Sul, Botswana, Ilhas Maurício e Marrocos em estudo sobre tendências da economia na África. 

No relatório sobre o “Desenvolvimento Económico da África 2024: Desbloqueando o Potencial Comercial da África”, divulgado nesta segunda-feira, a UNCTAD analisa como a dependência de mercados externos, altas taxas de dívida pública, e uma infraestrutura fraca estão aumentando as vulnerabilidades das nações africanas.

Dos países de língua portuguesa, Cabo Verde é o único que aparece no estudo como um dos maiores níveis de resiliência para enfrentar choques globais. As outras nações são: África do Sul, Botswana, Ilhas Maurícias e Marrocos.

Todos os seis países do continente, que têm o português como língua oficial, integram a lista de vulnerabilidade em conectividade. Contudo, quando o tema é vulnerabilidade em energia, apenas Moçambique aparece na relação dos lusófonos africanos. Já as Ilhas Seychelles são o único país com vulnerabilidade climática, a nação não informou índices de outras áreas.

A secretária-geral da UNCTAD, Rebeca Grynspan, afirma que é preciso aumentar a resiliência dos países africanos em seis áreas: política, económica, demográfica, energética, climática e tecnológica.

Abismo digital, desastres naturais e 220 golpes de Estado

Umas das preocupações da referida agência das Nações Unidas é o número de golpes de Estado em África e dos casos de enfraquecimento das instituições democráticas, além de desafios de governança. O continente também é dependente de combustíveis fósseis e está sob pressão de movimentos migratórios além de dívidas altas e inflação.

Desde 1950, a África foi palco de 220 das 492 tentativas de golpe de Estado em todo o mundo. 

Em 2023, quase metade de todos os países africanos tinham uma dívida externa que ultrapassava 60% de seu Produto Interno Bruto, PIB. Os governos estavam gastando mais com o gerenciamento da dívida do que com saúde e educação. Menos da metade de todos os africanos têm acesso à energia elétrica.

A UNTACD lembra que entre 2022 e 2023, a África registou um crescimento económico forte e aumentou seu apelo de comércio e investimentos. Entre 2000 e 2010, a economia do continente crescia mais que o resto do globo a uma taxa de 4,8% anuais enquanto o mundo fechava em 3,1%.

A UNTACD salienta que as empresas pequenas e médias fornecem 80% de todos os empregos do continente, mas permanecem propensas a choques económicos. A dependência de fontes de energia fósseis são outro grande desafio. Em 2023, os investimentos em energia renovável totalizaram US$ 15 bilhões, apenas 2.3% do montante global. 

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