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Diáspora

Cabo Verde cria equipa multissectorial para acompanhar política migratória dos EUA

A garantia foi dada pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Myrian Vieira, assegurando que a equipa multissectorial irá acompanhar as informações sobre as políticas migratórias e as decisões adoptadas pelo novo governo dos Estados Unidos (EUA). A governante frisou ainda que “medidas serão iniciadas”, nomeadamente a actualização da própria lista dos possíveis cabo-verdianos com ordem de deportação.

Myrian Vieira avançou estas informações, Quinta-feira, 30, na cidade da Praia, à margem da conferência de imprensa sobre as declarações do PAICV (maior partido da oposição) referentes à integração de Cabo Verde na Organização do Tratado Atlântico do Norte (OTAN / NATO).

Segundo a secretária de Estado, o executivo cabo-verdiano apresenta “total abertura” para dialogar com as autoridades dos EUA, garantindo que, “de facto”, a comunidade emigrada seja melhor integrada, e, em casos de deportação, obedeça os acordos definidos entre os dois países.

“Tem a questão da comunicação dos procedimentos e a questão também da defesa dos direitos humanos e da dignidade daqueles que serão retornados ao país de origem”, explicou, reforçando o papel das associações como fonte de informação à comunidade imigrada.

“As associações da comunidade têm um papel importante a desempenhar, ou seja, dando as informações corretas à comunidade emigrada para que, de facto, o pânico não se instale”, sublinhou.

Dificuldades em quantificar número de emigrantes

A secretaria de Estado avançou que a recolha de informações sobre o número exacto de imigrantes residentes nos EUA é uma “tarefa árdua” e nem todos os países dispõem de instrumentos que permitam a exatidão numérica, porquanto muitos membros da comunidade não procuram os serviços consulares, embaixadas ou consulados gerais.

Myrian Vieira assegurou que, com a recolha em curso dos dados na plataforma do mapeamento da diáspora cabo-verdiana, o Governo estará na posição de aproximar de um número mais concreto de imigrantes.

Trump quer acelerar deportações

O novo presidente dos EUA, Donald Trump, empossado a 20 de Janeiro, concedeu poder a agentes de imigração para “deportar rapidamente” imigrantes ilegais e beneficiados por programas de asilo do Governo anterior.

O republicano estabeleceu a meta de acelerar as deportações, chegando a um milhão por ano, considerado o dobro do máximo realizado num único ano nas últimas décadas, segundo dados do Departamento de Segurança dos Estados Unidos da América.

C/ Inforpress

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