O presidente reeleito da Câmara Municipal da Praia, promete “continuar a defender, de forma intransigente, o município com uma governação humana, inclusiva e centrada nas pessoas”, privilegiando obras socais e humanas, paralelamente às de betão e asfalto. Francisco Carvalho, alerta que, apesar de ter sido derrotado, o Governo já dá sinais de continuar a “boicotar” o município da Praia.
Na sua intervenção, a 20 de Dezembro, durante a cerimónia de posse dos novos órgãos autárquicos eleitos a 1 de Dezembro para os próximos quatro anos (2024/2028), Francisco Carvalho, teceu críticas ao Governo e à Associação Nacional dos Municípios de Cabo Verde, frisando que, apesar de o Governo tudo fazer para manchar a sua gestão, sente-se privilegiado por continuar a liderar a autarquia da capital.
Francisco Carvalho recordou que, no seu primeiro mandato, o Governo funcionou como um bloqueio à Praia, tendo igualmente acusado a Associação Nacional dos Municípios de Cabo Verde “de ter expulsado a Praia de um projecto com financiamento das Nações Unidas, no início do seu mandato, por causa “de um atraso na entrega de uns aspectos em falta” sem que tivesse havido tolerância.
Compromissos com a Praia
O reeleito autarca da capital, considerou que os 61,6 por cento (%) dos votos conquistados pelo PAICV na corrida à Câmara Municipal da Praia, mostram que o caminho seguido durante o primeiro mandato estava certo.
“Foi o facto de ter trazido ao espaço público a denúncia do ataque que vínhamos sofrendo pelo MpD e que enquanto servidores do espaço público temos a obrigação de partilhar com o público os assuntos da autarquia”, sustentou, Francisco Carvalho, sublinhando que, doravante, “o mais importante de tudo” é continuar a implementar uma governação inclusiva e centrada nas pessoas, privilegiando as obras socais e humanas lado-a-lado com as de betão e asfalto.
O autarca fez questão de sublinhar que Praia foi o único dos 22 municípios onde se verificou a diminuição da abstenção, facto que, conforme referiu, significa que “há mais praienses que depositaram mais confiança na sua candidatura, o que também representa um grau maior de responsabilidade”.
Francisco Carvalho comprometeu-se em fazer com que a Praia tenha mais segurança e empregos para os jovens. Também destacou a aposta na criação de Casas para Todos, na construção de Unidades Sanitárias de Bases e garantia de mais cuidados na área da saúde, assim como a aposta no turismo e na criação de respostas a nível dos transportes e mobilidade urbana.
Não cedência da Assembleia Nacional
Durante a cerimónia de posse realizada no Centro de Convenção da Universidade de Cabo Verde, em Palmarejo Grande, Francisco Carvalho também denunciou a recusa das autoridades em disponibilizar a Assembleia Nacional para o referido acto. Na ocasião, considerou que tal recusa insere-se “na linha de ataque que tem sofrido do Governo”.
“São sinais de que apesar de ter sido derrotado, o Governo vai insistir neste caminho e não vai perceber que não é preciso desenvolver Cabo Verde, boicotando a Praia”, afirmou, reiterando a sua disponibilidade para “continuar a defender, de forma intransigente, os interesses da Praia e trabalhar em estreita colaboração com todos os municípios do país, criando sinergias e promovendo o desenvolvimento de todo o Cabo Verde”.
De acordo com a Comissão Nacional de Eleições (CNE), a lista do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), liderada por Francisco Carvalho, foi vencedora das autárquicas neste município com 25.102 votos favoráveis, correspondente a 62,40 por cento (%) (maioria absoluta), tendo elegido todos os nove vereadores. Francisco Carvalho, Adelsia Almeida, Fernando Pinto, Ricardo Fidalgo, Kyra Varela, Jorge Garcia, Bequeline Correia e Silva, Carlos Varela, Carlos Dias são os nove vereadores eleitos.
O Movimento para a Democracia (MpD), que concorreu com o antigo ministro Abraão Vicente, ficou no segundo lugar com 14.214 votos (35,34%), seguida do partido de Pessoas, Trabalho e Solidariedade (PTS), de Carlos Lopes “Romeu di Lurdes” com 527 votos (1,31%).
A lista da União Cabo-verdiana Independente e Democrático (UCID) que concorreu com Juceliano Vieira, foi a menos sufragada, com 382 votações (0,95%).
Em relação à Assembleia Municipal, a lista do PAICV capitaneada por Clara Marques, elegeu 14 deputados, contra sete do MpD.
C/Inforpress