A cidade da Praia acolhe hoje o 1º Diálogo Cabo-verdiano sobre Saúde, Direitos, Igualdade e Desenvolvimento, promovido pela Associação P&D Factor em parceria com a Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), a ACLCVBG (Associação Cabo-verdiana de Luta Contra a Violência Baseada no Género) e a FEM (Associação Feministas em Movimento), com apoio do Camões, I.P.
Este evento, que decorre no Campus da UNI-CV, pretende reforçar a compreensão dos desafios em saúde sexual e reprodutiva e igualdade de género em Cabo Verde, além de promover a mobilização e sinergia entre parceiros para enfrentar questões prioritárias relacionadas a direitos humanos e empoderamento feminino.
Direito à saúde
Conforme a nota da organização, o direito à saúde é um compromisso que envolve comunidades, Estados e outros atores sociais na garantia do seu cumprimento. A abordagem de saúde e direitos humanos, especialmente em relação à saúde sexual e reprodutiva, ganhou destaque desde a Conferência Internacional de População e Desenvolvimento (CIPD), realizada no Cairo em 1994.
Quando necessidades em saúde sexual e reprodutiva não são atendidas, as pessoas perdem a autonomia sobre decisões cruciais das suas vidas, afetando o bem-estar familiar e geracional. Essa problemática é particularmente sensível para mulheres, que frequentemente acumulam a responsabilidade pelos cuidados familiares, destacando a inseparabilidade entre igualdade de género e direitos sexuais e reprodutivos.
Ainda segundo a organização, Cabo Verde enfrenta desafios significativos na promoção da igualdade de género e na luta contra a violência baseada no género, além de questões relacionadas à saúde sexual e reprodutiva. Esses desafios limitam o cumprimento de metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), particularmente o ODS 3, sobre saúde e bem-estar, e o ODS 5, sobre igualdade de género.
30 anos
Este ano, com a celebração dos 30 anos da CIPD, o diálogo surge como um espaço para renovar compromissos e alinhar estratégias com a agenda de desenvolvimento sustentável pós-2030.
O evento pretende sensibilizar jovens universitários sobre a importância da saúde sexual e reprodutiva e explorar estratégias inclusivas de educação e combate à violência baseada no género. Além disso, busca trocar experiências com instituições nacionais e internacionais e fortalecer o compromisso formal de atores que trabalham pela igualdade de género e direitos humanos.
Este diálogo, segundo a organização, é uma oportunidade crucial para identificar e propor soluções que atendam às necessidades de desenvolvimento local, especialmente direcionadas a mulheres e meninas, contribuindo para um futuro mais equitativo e sustentável.