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Sociedade

Operação Marujo: MP acusa 13 arguidos por tráfico de drogas e associação criminosa

O Ministério Público (MP) solicitou a perda de 131.200 escudos e bens apreendidos a favor do Estado no âmbito de um processo que envolve 13 arguidos, acusados de crimes relacionados com tráfico de drogas, associação criminosa e outros ilícitos graves. Trata-se do caso conhecido como “Operação Majuro” desencadeado em Março último na sequência do surgimento de droga no alto mar na zona norte da ilha do Maio.

Segundo uma nota do Ministério Público, o encerramento da instrução foi determinado no dia 18 de Setembro e a acusação foi formalizada, com o MP requerendo o julgamento em Processo Comum Ordinário, perante o Tribunal Singular, para responsabilizar os arguidos.

Sete dos arguidos foram acusados de coautoria em um crime de associação criminosa para tráfico, dois crimes de sequestro e um crime de arma agravado. Três outros foram imputados por tráfico de drogas de alto risco, associação criminosa e roubo agravado. Outro arguido foi acusado de tráfico de drogas agravado, e mais dois foram imputados por crimes de tráfico de droga de alto risco e posse ilegal de munições, respetivamente. Durante a investigação, os indícios contra doze arguidos foram arquivados por insuficiência de provas, e um dos arguidos, conhecido como Nene, faleceu, vítima de assassinato, durante a instrução.

O MP solicitou a manutenção das medidas de coação, com oito arguidos permanecendo em prisão preventiva e requisitou a perda dos bens apreendidos, incluindo a quantia de 131 mil 200 escudos.

Recordando…

Na altura, em Março último, quando se desencadeou este caso, chamado “Operação Majuro” dois cidadãos cabo-verdianos e dois nigerianos foram detidos pela Polícia Nacional (PN), sob suspeitas de sequestro e agressão.

Segundo relatos da polícia, a operação iniciou-se após o comando local receber denúncias de sequestro de dois jovens da localidade de Gonçalo. As vítimas teriam sido raptadas por indivíduos encapuçados e armados, exigindo aos jovens a devolução de uma quantidade de droga supostamente encontrada no mar.

A situação gerou alarme entre os moradores da região norte do Maio, que relataram o surgimento de figuras encapuçadas ameaçando e agredindo locais em busca da droga. “A confusão e a agitação estão à vista de todos”, disse um residente, expressando medo e preocupação com a crescente violência na ilha.

Os sequestrados foram localizados na zona de Achada Campo, entre Pedro Vaz e Cascabulho, perto do perímetro florestal. Estavam amarrados e exibiam sinais de espancamento. Informações da esquadra de polícia indicam que os dois jovens apresentavam inchaços e marcas de amarras nos braços e mãos. A detenção dos suspeitos ocorreu após uma perseguição policial à entrada da cidade do Porto Inglês.  Dois comparsas teriam conseguido fugir, tendo sido depois detidos na cidade da Praia. O Cabecilha, conhecido por Nene, acabou morto numa emboscada na capital.

Outras detenções

Na sequência, o Ministério Público promoveu a emissão de mandado de buscas domiciliárias à residência de 22 indivíduos, tendo ordenado a detenção, fora de flagrante delito, de 19 indivíduos, sendo 16 do sexo masculino e três do sexo feminino.

Segundo a mesma fonte os mesmos estavam indiciados pela prática dos crimes de tráfico de droga de alto risco, associação criminosa para tráfico, roubo agravado, arma agravado e lavagem de capitais. Estes teriam apropriado e vendido a droga perdida pelos traficantes.

Efetivadas as detenções em coadjuvação com a Polícia Judiciária e com a Polícia Nacional e submetidos ao primeiro interrogatório judicial de arguidos detidos, foram aplicadas a prisão preventiva a nove arguidos, sendo oito do sexo masculino e um do sexo feminino.

Os restantes, oito homens e duas mulheres, ficaram interditados de sair do país e da ilha do Maio sem autorização judicial e obrigado a se apresentarem semanalmente às autoridades policiais daquela ilha.

Geremias S. Furtado

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