O primeiro-ministro cabo-verdiano reagiu esta quinta-feira, 24, ao caso em que o cidadão luso-cabo-verdiano Odair Moniz foi morto a tiro, na segunda-feira, por um elemento da Polícia de Segurança Pública de Portugal (PSP).
Ulisses Correia e Silva afirmou confiar na justiça portuguesa e, por outro lado, repudiou “veementemente os discursos incendiários proferidos por certos atores políticos”, fazendo referência ao presidente do partido de extrema direita CHEGA, André Ventura.
“Repudiamos veementemente os discursos incendiários proferidos por certos atores políticos. Sem generalizar para toda a política portuguesa, destaco em particular as declarações do presidente do Chega, que foram absolutamente irresponsáveis”, escreveu o Chefe do Governo cabo-verdiano na sua página no Facebook.
UCS defendeu ainda que “num momento tão delicado e ainda em fase de investigação, não se pode atirar culpas especialmente contra comunidades, imigrantes ou a imigração cabo-verdiana”.
“É essencial aguardar pelo apuramento completo dos factos e confiar na investigação criminal, que será a responsável por trazer a verdade à tona”, advogou o primeiro-ministro de Cabo Verde, afirmando também que está a acompanhar de perto o caso e que “desde o primeiro momento, Cabo Verde se posicionou através do nosso embaixador em Portugal, que teve uma intervenção clara e firme”.
Confiança na justiça portuguesa
Ainda na sua reacção, Ulisses Correia e Silva afirmou confiança na justiça portuguesa e nas suas instituições.
“O processo está em fase de investigação criminal e esperamos que seja conduzido com a celeridade necessária e que haja a devida responsabilização, caso o apuramento dos factos assim o determine. Este é um momento que afeta tanto Cabo Verde como as nossas comunidades na diáspora, uma vez que estamos perante um cidadão cabo-verdiano e também português. Por isso, reiteramos: esperamos que se faça justiça”, acrescentou.
UCS disse ainda ter enviado uma carta de condolências à família de Odair Moniz e ainda apelou à tranquilidade por forma a que que os tumultos e os episódios que se tem acompanhado nos meios de comunicação não agravem ainda mais a situação, criando um ambiente explosivo que possa fugir ao controlo.