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Economia

Cabo Verde ligado aos satélites de Elon Musk

Cabo Verde passa a estar ligado aos satélites da Starlink – Space X do bilionário Elon Musk. Para isto, a Agência Reguladora Multissetorial da Economia (ARME) acaba de conceder a autorização à Starlink Cabo Verde, Lda., para prestar serviços de comunicações electrónicas em todo o território nacional.  

Já se imaginou a ter internet no pico do vulcão do Fogo, para fazer uma “live”? Pois é, com os satélites Starlink da Space X de Elon Musk, à partida, isso será possível. É que a ARME acaba de conceder a autorização à Starlink Cabo Verde, Lda, para prestar serviços de comunicações eletrónicas em todo o território nacional. 

Conforme informações avançadas por esse regulador, a decisão resulta da deliberação do Conselho de Administração da ARME na sua reunião de 11 de Outubro, com o propósito de prestar serviços de internet banda larga via satélite em Cabo Verde. 

Nesse contexto, e indo ao encontro daquilo a que a ARME chama de “promoção da concorrência e oferta de serviços” no mercado, a Starlink Cabo Verde Lda. solicitou uma autorização a ARME, para fornecer os serviços de comunicações electrónicas, acessíveis aos cidadãos em todo o país, que foi então aceite. 

Alta velocidade e baixa latência

A prestação de serviços de comunicações via satélite constitui, assim, uma alternativa às redes terrestres tradicionais e possibilita o fornecimento da conectividade de alta velocidade e baixa latência, principalmente em zonas com baixa ou sem cobertura terrestre, fragilidades que ainda persistem em várias zonas do arquipélago. 

Na prática o acesso a estes satélites vai contribuir, certamente, para revolucionar o acesso à internet, gerando também oportunidades para as comunidades mais remotas que passam a poder estar conectadas com o mundo em tempo real, se assim o entenderem, e a poderem fazer, por exemplo, uma simples “live”. Naturalmente, a maior eficiência na conectividade abre também novos caminhos à educação, à economia digital e até ao e-commerce. 

Mais de 6 mil satélites

Até agora, estima-se que a Starlink já tenha lançado cerca de 6 mil satélites em órbita baixa. Estes satélites operam a aproximadamente 550 quilómetros da Terra, formando uma espécie de constelação com o objectivo de cobrir áreas extensas, oferecendo, então, internet com baixa latência. 

Segundo informações do portal Engadget, nos próximos anos, a Starlink – Space X deverá atingir cerca de 12 mil satélites até à conclusão do projecto. O objectivo de Elon Musk é revolucionar o mercado de telecomunicações e democratizar o acesso à internet, com todas as oportunidades que isso pode significar na chamada era da globalização digital.

Vantagens 

De notar que a vantagem destes satélites de Elon Musk é que orbitam muito mais perto da Terra, como vimos, a uma altitude de cerca de 550 quilómetros, e cobrem todo o planeta. Isto faz que haja sempre um satélite por cima de uma dada região do planeta, permitindo comunicação constante e mais rápida por estarem mais próximos. 

A taxa de latência do Starlink, ou seja, a velocidade de comunicação entre o satélite e os dispositivos terrestres, é de cerca de 20 milissegundos (ms), enquanto os satélites geoestacionários tradicionais levam mais de 600 milissegundos.  

Contudo, astrónomos do mundo inteiro não descuram os impactos que este aumento de satélites em órbitra tem causado ao trabalho que desenvolvem. O site da revista brasileira Galileu dá conta que em Março deste ano, a União Astronómica Internacional (IAU) publicou o seu primeiro estudo a respeito das constelações de satélites da nova era espacial – como as administradas pela SpaceX, Amazon e OneWeb. 

O estudo resulta de 18 meses de pesquisas com astrônomos, outros cientistas e especialistas da indústria e, entre os problemas listados, está o risco de os satélites ameaçarem a capacidade de detectar asteroides e cometas que passam perto do planeta, ou que estejam em rota de colisão com a Terra.

Dados da União Internacional de Telecomunicações, uma agência da ONU, citados pela mesma fonte, indicam que 2.6 bilhões de pessoas não têm acesso à internet. Contudo, esse número está a diminuir muito graças às empresas de internet via satélite, como é o caso da Starlink – Space X.  

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