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Economia

1ªConta Satélite: Desporto e Turismo associados ao mar geram mais riqueza que sector da pesca

O sector “Recreio, desporto, cultura e turismo” é aquele que mais contribui para a produção da economia do Mar em Cabo Verde. Em 2017, conforme dados da primeira Conta Satélite do Mar, que agora começaram a ser divulgados, esse sector gerou 35.455 milhões de escudos, representando 22,5% dos 69.356 milhões de escudos, gerados em toda a produção da economia do mar. Um valor bem acima da classe de Pesca, aquacultura, transformação e comercialização dos seus produtos, que é quase metade, ou seja, 13.419 milhões de escudos.

A Conta Satélite da Economia do Mar, revelada pela primeira vez esta semana, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mostra claramente a importância que as actividades de recreio e desporto náutico, assim como a cultura e turismo, associados ao mar, têm em termos de impacto na economia de Cabo Verde e o seu potencial no contexto da chamada Economia do Mar.

O relatório do INE revela claramente que essas actividades são mais produtivas em termos financeiros e até em geração de Valor Acrescentado Bruto (VAB) gerado. Os dados dizem respeito a 2015, 2016 e 2017, e trazem também valores referentes ao PIB da Economia do Mar.

Nesse contexto, o sector “Recreio, desporto, cultura e turismo” é aquele que mais gera riqueza em termos de produção da economia do Mar em Cabo Verde.

Em 2017, gerou 35.455 milhões de escudos, representando 22,5% dos 69.356 milhões de escudos, gerados em toda a produção da economia do mar. Em 2015 esse valor foi de 30.914 milhões de escudos e em 2016 de 31.765 milhões de escudos. Ou seja, uma classe ou “agrupamento” de actividades relacionadas como o mar, como classifica o INE, que tem registado um aumento paulatino, deixando transparecer o imenso potencial destas actividades.

Um valor bem acima da classe de “Pesca, aquacultura, transformação e comercialização dos seus produtos”, que é quase metade, ou seja, 13.419 milhões de escudos. Em 2015 esse contributo para a produção da Economia do Mar foi de 13.165 milhões de escudos e em 2016 subiu para 14.899 milhões de escudos. Ou seja, em 2016 esse valor foi um pouco mais acima dos 13.419 milhões de escudos verificados então em 2017, como vimos atrás.

Na terceira posição em termos de maior contributo de produção para a Economia do Mar vem a classe relacionada com os “Portos, transporte e logística” que gerou 10.345, 13.257 e 15.397 milhões de escudos, respectivamente, em 2015, 2016 e 2017.

No total, a produção da Economia do Mar registou ligeiros aumentos nos três anos em análise nesta Conta Satélite tendo atingido os 69.536 milhões de escudos em 2017, depois de ter registados 65.126 milhões de escudos em 2026 e 60.012 milhões de escudos em 2015.

Agrupamentos com menos expressão

Depois, há outras classes ou agrupamentos com pouca expressão na formação do bolo total da Economia do Mar, como a classe dos “Recursos marinhos não vivos”, que surge na quarta posição, com contributos na ordem dos 2.872, 3.364 e 3.844 milhões de escudos, em 2015, 2016 e 2017, respectivamente.

De notar que este agrupamento inclui as actividades de pesquisa e exploração de petróleo e gás natural, a pesquisa e exploração de recursos minerais marinhos e a extracção e refinação de sal marinho, como se sabe, actividade com mais expressão nas ilhas do Maio e Sal. Abaixo deste, aparecem outros ainda com muito menos expressão, como o dos “Serviços Marítimos”, “Infraestruturas e obras marítimas”, e “Equipamentos Marítimos”.

Este último é mesmo o que menos contribui para a produção total gerada pela Economia Marítima com 13, 7 e 49 milhões de escudos gerados nos três anos em apreço, respectivamente, 2015,2016 e 2017. Contudo, de notar uma subida em flecha de 7 milhões de escudos em 2016 para 49 milhões em 2017.

Contributos para o Valor Acrescentado Bruto

Em termos de geração de VAB na Economia do Mar, a tabela é liderada mais uma vez pelo agrupamento “Recreio, desporto, cultura e turismo”, associados ao mar, ao ter gerado 15.487 milhões de escudos em 2017. Valores acima dos 12.072 milhões de escudos registados em 2016, que foram, contudo, menores que os valores de 2015 (13.007 milhões de escudos).

Na segunda posição, tal como na produção da Economia do Mar, também em termos de geração de VAR, surge a “Pesca e aquacultura, transformação e comercialização dos seus produtos”. Aqui, os valores atingiram os 6.656 milhões de escudos em 2017, sempre em ascendência, uma vez que em 2016 o contributo para o VAR da Economia do Mar foi de 5.461 e 5.106 milhões de escudos em 2015.

Em termos de VAR, ainda, também aqui em terceiro lugar surge a classe associada aos “Portos, transporte e logística” com contributos de 5.755, 8.208 e 9.641 milhões de escudos em 2015,2016 e 2017, respetivamente.

Contudo, em quarto lugar surgem os “Serviços Marítimos”, que representavam 1.389,15.84 e 1.409 milhões de escudos em 2015,2016 e 2017, respectivamente, de geração de VAR. De notar que, como vimos atrás, em termos de produção na Economia do Mar, a quarta posição era ocupada pelos “Recursos marinhos não vivos”. Os outros agrupamentos ou classes tiveram expressões muito pouco significativas.

No geral, o VAB da Economia do Mar registou aumentos significativos nos três anos em análise na Conta Satélite do Mar, atingindo 26.734. 28.566 e 34.599 milhões de escudos, em 2015,2016 e 2017, respectivamente.

Mais de 33 mil pessoas empregues na Economia do Mar

A Conta Satélite do Mar mostra ainda que a classe ou agrupamento relacionado com “Recreio, desporto, cultura e turismo” associados à Economia do Mar é a que mais contribui para a geração de emprego, também, pelo menos nos anos em apreço. Mostrando, contudo, a tendência ascendente que se deve reflectir actualmente.

Ou seja, em 2017, este agrupamento tinha 18.549 pessoas ao serviço, contra 15.793 em 2016 e 13.969 em 2015, demonstrando assim a importância em termos de geração de emprego para a chamada Economia do Mar e para o país, no geral, naturalmente. É que no total, a chamada Economia do Mar gerou 33.058 empregos no país, mais de metade afectos então a este agrupamento.

Em segundo lugar aparece também a classe de “Pesca e aquacultura, transformação e comercialização dos seus produtos”, tendo contribuído com 9.380, 8.806 e 8.839 postos de emprego, em 2015,2016 e 2017, respectivamente.

Já no terceiro lugar do top surge a classe dos “Portos, transporte e logística” que gerou 2.872 empregos em 2015, 3.3364 em 2016 e 3.844 empregos em 2017.

De notar que em quarto lugar surgem os “Serviços Marítimos” com 1.558, 1.222 e 1.179 pessoas ao serviço em 2015, 2016 e 2017, respectivamente. Ao contrário das outras três classes, esta regista uma tendência decrescente nos três anos em análise.

No total, das 203.342 pessoas ao serviço na economia nacional em 2017, a Economia do Mar empregava então 33.058.

PIB e impostos

De salientar que em termos de impostos líquidos de subsídios sobre os produtos no VAB da Economia do Mar foram arrecadados 2.994,3.505 e 3.569 milhões de escudos, respectivamente, em 2015, 2016 e 2017.

Já o Produto Interno Bruto (PIB) da Economia do Mar atingiu os a 38.168 milhões de escudos em 2017, contra os 32.071 milhões de escudos verificados em 2016 e os 29.728 milhões de escudos registados em 2015. Aqui a tendência ascendente é mais notória.

Economia do Mar, o que é?

De notar que, segundo a definição do INE, Economia do Mar é um conjunto de actividades económicas que se realizam no Mar e de outras que, não se realizando no Mar, dependem do Mar, incluindo o capital natural Marinho e os serviços não transacionáveis dos ecossistemas Marinhos e o Turismo, naturalmente, tendo em conta que o produto sol e mar é o principal motor da economia de Cabo Verde.

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 884, de 08 de Agosto de 2024

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