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Eleições nos Estados Unidos da América: Kamala Harris traz novo fôlego aos Democratas

Kamala Harris ainda não viu a sua confirmação como candidata oficial do Partido Democrata, às próximas eleições presidenciais de Novembro. Mas já é campeã da angariação dos fundos indispensáveis para a campanha: mais de 100 milhões de dólares, em pouco mais de 24 horas. Mas os números mais importantes conseguidos pela vice-presidente estão nas intenções de voto dos eleitores americanos. As sondagens indicam que ela ultrapassa Donald Trump em dois pontos percentuais, ficando 44 para ela e 42 para o candidato republicano.

Em poucos dias, os apoiantes de Donald Trump e do seu vice, D. J. Vencem viram-se, de repente, obrigados a mudar as baterias apontadas a um Joe Biden fragilizado física e mentalmente, para uma mulher afro-americana, ex-procuradora-geral da Califórnia, que emana energia e vitalidade. Isto ainda sem que o processo da sua escolha tenha chegado ao fim, com a sua nomeação pelos delegados do partido, em cada Estado, e nem a escolha do seu vice. 

E aqui, os nomes dos democratas mais fortes avançados pela imprensa e comentadores, são os de Roy Cooper, governador da Carolina do Norte, o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, e o senador do Arizona, Mark Kelly. De acordo com a CNN, os três foram solicitados a enviar informações sobre suas finanças, históricos familiares e outros detalhes pessoais.

E o primeiro comício da pré-candidata Kamala Harris já teve lugar no início desta semana. E no seu seguimento, a vice-governadora conseguiu consolidar o caminho da sua candidatura, com o apoio declarado de um número suficiente de delegados. 

Confiante e revigorada 

De acordo com o sistema partidário norte-americano, Kamala Harris precisa, para já, de assegurar o voto não do povo americano, mas dos representantes do seu partido, em cada Estado, na forma de delegados, que irão escolhê-la, oficialmente, como a candidata do Partido Democrata, no próximo mês de Agosto. O que parece estar mais do que assegurado, de acordo com a agência de notícias Associated Press, com os mais de 3090 delegados com que a vice-presidente conta, até ao momento, ou seja, mil delegados a mais do que seria necessário.

Foi uma Kamala Harris confiante e revigorada que os americanos e o mundo viram, na passada terça-feira, dirigir-se a uma plateia maior do que Biden conseguiu reunir, nesta campanha de 2024. Harris lembrou que “esta é uma campanha movida pelo povo” e que espera fazer uma presidência “colocando o povo em primeiro lugar”.  

Antevendo as batalhas políticas e a troca de acusações que lhe esperam, Kamala destacou a sua larga carreira como procuradora-geral da Califórnia e a experiência nos processos de abuso sexual e fraude, lembrando a todos que “conhece muito bem o tipo de pessoas como Donald Trump”. 

Entre as suas prioridades, como presidente, a pré-candidata disse que vai dar destaque à habitação e à saúde para todos, lutar pela restauração do direito ao aborto, uma conquista de décadas, revogada pelo Supremo Tribunal Federal, em 2022, e ainda banir a comercialização de armas semiautomáticas, que conta com um poder de lobby tradicionalmente muito forte no Congresso.

Euforia e alívio 

Para já, com o primeiro comício da pré-candidatura e estes primeiros passos rumo à nomeação do próximo mês, os democratas vivem momentos de euforia e alívio. Um clima de esperança e união passou a atravessar o partido, de Nova Iorque à Califórnia, como não existia antes, com as gafes monumentais de Joe Biden e a incerteza que pairava sobre a sua saúde. 

O actor George Clooney, que acabou por pedir a Biden que se retirasse da corrida, declarou o seu apoio a Kamala Harris, prometendo fazer tudo para a ajudar na campanha. Os mais de 100 milhões de dólares arrecadados, com cerca de 60% de doadores novos, que nunca tinha contribuído, é um sinal de que o partido poderá ter uma candidatura forte para derrotar Trump, em Novembro. 

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