O Ministério da Agricultura e Ambiente lança, esta Segunda-feira, 01 de julho, às 15 horas, em Jaracunda, Município de Santa Cruz, o programa de subvenção para o resgate da cultura de bananeira na ilha de Santiago. Este programa é financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) no valor de mais de um milhão e cem mil contos.
Conforme nota de imprensa do Ministério da Agricultura e Ambiente, esse programa visa “contribuir para o resgate/regeneração das áreas de bananeira existentes nas regiões afectadas pela escassez de água e/ou água de baixa qualidade (salobra) na ilha de Santiago”.
A nota acrescenta ainda que o programa vai proporcionar aos agricultores o aumento de renda nos perímetros localizados nos municípios de Ribeira Grande de Santiago, Santa Cruz, São Miguel e Tarrafal.
O acto de lançamento do programa terá lugar na Delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente em Jaracunda, município de Santa Cruz, e contará com a presença do Ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva.
SOCOFIL, uma das maiores empresas agrícolas de Cabo Verde
Recorde-se que a ilha de Santiago, e particularmente o concelho de Santa Cruz, foi, no passado, um grande produtor de banana que, inclusive, era exportada para mercados internacionais.
Como destaca o economista e consultor, Avelino Bonifácio, numa das edições da revista INICIATIVA, na década de sessenta do século passado, o engenheiro civil natural da Ilha da Madeira, Almeida Enriques, criou em Santa Cruz a SOCOFIL, “que viria a ser, seguramente, a maior empresa agrícola de todos os tempos de Cabo Verde”.
“Especializada na produção da banana, a SOCOFIL abastecia grande parte das necessidades de consumo de Cabo Verde em banana, mas o seu mercado-alvo era mesmo o da exportação. Com duas centrais de venda a grosso e uma de embalagem para exportação, a SOCOFIL e, mais tarde (após a independência) a Justino Lopes, exportou, ainda até finais da década de oitenta, milhares de toneladas de banana anualmente”, recorda Avelino Bonifácio que também foi Ministro da Economia de um dos governos liderados por José Maria Neves.
Aliás, como também faz questão de sublinhar o edil Carlos Silva, a cooperativa agrícola Justino Lopes, sozinha, empregava mais de 500 pessoas. “Produzia e exportava. Basta recordar que, antigamente, até havia uma ligação marítima diária entre Pedra Badejo e a ilha do Maio”.