O relatório apresentado na reunião anual do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em Nairobi, no Quénia, destacou o potencial de crescimento de África como “notável”. A mesma fonte avança que 41 países africanos deverão registar um crescimento mais forte em 2024, mantendo o continente como a segunda região com o crescimento mais rápido do mundo.
Consta do relatório, também, que a África Oriental é a região que regista uma expansão mais rápida, já a África Austral deverá registar um ligeiro aumento do crescimento.
De acordo com o mais recente relatório sobre as Perspetivas Económicas Africanas do BAD, as economias africanas permanecem resilientes, apesar dos desafios que estão a testar as economias a nível mundial.
“Em 2024 e 2025, o continente manterá a sua classificação de 2023 como a segunda região com o crescimento mais rápido, a seguir à Ásia em desenvolvimento”, lê-se no documento.
Orgulhar das projeções sem ignorar os desafios
O Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina, afirmou que, embora o Banco se orgulhasse das projeções de crescimento de muitos países africanos, tal como refletidas no relatório, não ignorava os desafios.
“O futuro de África é promissor, mas temos de nos certificar de que abordamos a governação, a transparência, a responsabilização e a gestão do nosso capital natural. Temos de garantir que os recursos são utilizados em benefício das pessoas deste continente… O tipo de resiliência de que estamos a falar não pode acontecer se não tratarmos da questão das alterações climáticas”, afirmou.
África não está no bom caminho para cumprir os ODS
Por outro lado, o relatório adverte que África não está no bom caminho para cumprir quase todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030.
Argumenta que, a menos que sejam tomadas medidas corretivas, nomeadamente para inverter a curva de pobreza crescente, África será o lar de quase 9 em cada 10 (ou 87%) dos extremamente pobres do mundo até 2030.
Numa apresentação, o Economista-Chefe e Vice-Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Prof. Kevin Chika Urama, sublinhou a razão pela qual as políticas estratégicas e o firme compromisso político são fundamentais para a utilização eficaz da riqueza dos recursos para a geração de receitas internas.
Também descreveu as infraestruturas, incluindo estradas, caminhos-de-ferro e pontes, e as infraestruturas leves, incluindo o conhecimento e a capacidade de governação institucional, como “duas asas de um avião”.
“O investimento em infraestruturas produtivas é fundamental para acelerar a transformação estrutural de África”, afirmou.
África Ocidental
Prevê-se que o crescimento aumente na África Ocidental, passando de uma estimativa de 3,6% em 2023 para 4,2% em 2024 e consolidando-se em 4,4% no ano seguinte.
Trata-se de uma melhoria de 0,3 pontos percentuais para 2024 em relação às projeções do MEO 2024 de janeiro, refletindo um crescimento mais forte nas grandes economias da região – Costa do Marfim, Gana, Nigéria e Senegal.
C/ African Development Bank Group (AfDB)