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Santiago

Caso Nilsa: Arguidos condenados a 23 anos e seis meses de prisão

O Tribunal da Comarca da Praia condenou a 23 anos e seis meses de prisão os arguidos do crime que tirou a vida da jovem Nilsa Lima na noite de 14 de Agosto do passado, no bairro da Ponta D’Água, na capital. A sentença do terceiro juízo crime do tribunal da Praia foi conhecida no passado dia 30 de Abril.

Segundo a sentença  àqual A NAÇÃO teve acesso, os jovens Adilson “Djaga” Carvalho e Wilson “Muny” Carvalho foram condenados pela prática em coautoria moral e material de um crime de homicídio, sob a forma agravada, e ainda por um crime e roubo agravado, na forma tentada assim como por um crime de armas cujo acumulo totaliza o tempo de 23 anos e seis meses de prisão.

O tribunal entendeu ainda condenar os arguidos, cada um, em custas de processo, fixando para a taxa de justiça, a quantia de dez mil escudos e para a procuradoria, o montante de dez mil escudos.

Provado em tribunal

Conforme a mesma fonte, ficou assente que sob proposta de “Djaga”, ele e “Muny”, decidiram dirigir-se juntos ao bairro de Ponta d’ Agua, Praia, levando consigo uma faca de serra, dotada de uma lâmina com 10 cm comprimento e uma arma de fogo, de calibre 7,65mm, à disposição de qualquer um deles, para atacar os elementos do grupo rival, denominado “RDS” ou Rua di Street”, provocando assim a situação que veria culminar na morte da jovem Nilsa.

Segundo avançou em Agosto do ano passado a Polícia Nacional, os suspeitos, de 19 e 22 anos, ambos do sexo masculino e residentes na Vila Nova, ter-se-iam deslocado, na noite de quarta-feira, 14 de Agosto, à Ponta D’Água, onde, primeiro, tentaram roubar um telemóvel a um cidadão.

Seguidamente, disse a PN, ter-se-iam dirigido a uma rua onde se encontrava um grupo de adolescentes, entre estes a vítima.

Na sequência, efectuaram disparos sobre esse grupo, tendo, no meio da correria, uma bala atingido as costas da adolescente Nilsa Lima que foi cair metros mais adiante. “A mesma foi ainda socorrida pela polícia, que muito rapidamente chegou ao local, mas não resistiu aos ferimentos, acabando por falecer”, descreveu na altura a mesma fonte.

Argumentos das defesas

A defesa dos arguidos chegou a confirmar ao A NAÇÃO que um dos seus constituintes, Fredy Carvalho, assumiu em tribunal ter feito um disparo, mas, por outro lado, mostrou-se reticente em acreditar que este terá atingido Nilsa Lima. Segundo afirmou, havia a possibilidade da existência de um terceiro suspeito, tendo em conta que, pela distância em que o arguido se encontrava da vítima, seria pouco provável que a bala atingisse Nilsa Lima ao ponto de a perfurar.

Por seu turno, a defesa dos assistentes chamou “estratégias” as alegações da defesa dos arguidos, afirmando que ficou tudo provado no tribunal. Ou seja, que Fredy Carvalho foi o autor do disparo que vitimou Nilsa e que ainda se trata de um crime premeditado, uma vez que este e a vítima chegaram a ter um relacionamento, rompido por Nilsa.

Esta ainda desmonta o argumento de que a bala que atingiu a vítima, afinal, saiu da arma de um agente de segurança prisional que se encontrava nas proximidades do acontecimento.

Julgamento

O arranque do julgamento do caso desta jovem que morreu enquanto tentava fugir de um ambiente de briga ficou marcado por incidente entre os familiares dos suspeitos e os da vítima, na porta do Tribunal da Praia.

Conforme informações de uma fonte judicial, houve “ameaças dirigidas às testemunhas do caso pelos familiares dos dois jovens acusados”, ambos mantidos em prisão preventiva desde os acontecimentos. As ameaças foram, segundo a mesma fonte, proferidas à entrada do tribunal, criando um “ambiente de tensão e medo”, e levando a uma intervenção policial para acalmar os ânimos. Apesar do tumulto, não houve detenções.

A NAÇÃO tentou saber se a defesa dos arguidos irá recorrer da sentença, mas tal não foi possível até o fecho desta edição. 

Geremias S. Furtado

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