O encalhe em massa aconteceu na manhã de ontem, 21, no início, com um número à volta de 50-60 animais. Tudo aconteceu, segundo a ONG Bios.CV, na Baía de Sal-Rei, perto do Riu Palace. No entanto, através de uma publicação nas redes sociais na manhã de hoje, 22, o Ministro do Mar, Abraão Vicente, atualizou os números e apontou que serão mais de 100.
De acordo do a ONG de conservação ambiental e desenvolvimento sustentável Bios.Cv na sua página do Facebook, às 10h do dia 21 a situação parecia sob controle, com as baleias formando um grupo compacto na água, mas à medida que a maré descia, os animais começaram a se dividir em grupos pequenos e a maioria deles foi levado para a costa.
Segundo a mesma fonte, ao deparar com a situação, houve um “djunta mo” de muitas pessoas, incluindo pescadores, pessoal dos desportos náuticos, clientes dos hotéis próximos, ONGs locais e público em geral para ajudar a desencalhar os animais.
“A baleia-piloto-de-barbatanas curtas (Globicephala macrorhynchus) e o gofinho-cabeça-de-melão (Peponocephala electra) são as duas espécies de cetáceos com mais registos de arrojamentos nas ilhas de Cabo Verde. Ambas as espécies são extremamente sociais e habitam águas profundas” apontou a ONG.
No entanto, continua, “muitos indivíduos de toda as classes etárias sucumbiram após quase 4 horas de luta para tentar salvá-los”.
Animais que chegam aos 3000 kg
A ONG realçou que devido ao tamanho destes animais (fêmeas até 5 metros e machos até 7 metros de comprimento, pesando entre 1.000 e 3.000 kg), a maré baixa e a costa rochosa tornaram as tentativas de resgate “praticamente infrutíferas”.
“Às 14h30, mais de 20 carcaças foram encontradas na costa do local original do arrojamento. Alguns pequenos grupos deslocaram-se mais para sul, mas devido às dificuldades da espécie em se orientar em águas rasas e aos fortes laços sociais entre os indivíduos, não estamos muito optimistas quanto ao seu destino” lê-se ainda na publicação.
“Um desastre lamentável…” diz Abraão Vicente
O Ministro do Mar, Abraão Vicente, através de uma publicação na rede social Facebook, diz que tomou conhecimento do encalhe/arrojamento “com muita tristeza”.
O Ministro ainda sublinhou que é um fenómeno que tem acontecido em várias partes do mundo “com causas diversas, mas com certeza a ação do ser humano sobre o planeta e sobre o oceano também é parte”.
Abraão Vicente alertou que este “desastre lamentável” demonstra “mais uma vez a importância de preservarmos o nosso mar e de garantirmos a nível internacional condições para mais investigação seja realizada e financiada”.
“Estes seres magníficos têm tanto direito a ao usufruto da natureza limpa e longe da poluição humana como nós os humanos!” ressaltou ainda.
No final, o Ministro deixou palavras de apoio e força e augurou empenhado “às nossas autoridades e instituições” envolvidas nos trabalhos de salvamento e remoção.