Carlos Araújo, é candidato à Câmara Municipal de São Vicente, depois de ter perdido como cabeça de lista da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), em 2000. Agora,decidiu-se por uma “candidatura completamente independente”.
“O que não quer dizer que as pessoas do PAICV, do MpD e outras forças da sociedade que quiserem estar ao meu lado não podem, vão estar porque são pessoas altamente válidas nessa sociedade”, argumentou, citado pela Inforpress.
O objectivo da candidatura, disse, é conquistar a autonomia de São Vicente.
“Eu quero, vou fazer o esforço numa tentativa de eleger-me porque só assim é que conseguirei levar as ideias de quem votar em mim para a frente”, disse, com ideia de ser desta forma que as ideais do povo vão “triunfar” sobre as ideias dos partidos.
Oportunidade de escolha
Instado sobre as razões de ter tanta confiança numa vitória, ainda mais no cenário tradicional da dualidade PAICV/MpD, alegou ter falado com o povo, a quem “nunca foi dado uma oportunidade de escolha”.
“Eu vou ganhar ao MpD, ao PAICV e a qualquer candidato que não for independente, vou ganhá-los juntos com maioria absoluta”, afirmou.
Por outro lado, assegurou que as suas investidas no terreno têm-lhe mostrado que o povo quer autonomia, único estatuto, garantiu, capaz de fazer de Cabo Verde e São Vicente ter “melhores oportunidades de desenvolvimento”.
Conforme disse ainda, o actual modelo de governação “não serve” e, daí, a sua intenção de descentralizar tudo quando assumir a edilidade.
“Porque, não sou um deusinho capaz de fazer todas as coisas, eu vou precisar da comunicação social, e não sou um expert em comunicação social, vou precisar da saúde e não sou um expert em saúde, vou precisar da segurança, isto é, o que eu vou fazer é gerir, é liderar uma equipa de líderes que nós temos dentro dessa ilha”, argumentou.
Riqueza por explorar
Outras das bandeiras do seu programa eleitoral, enumerou Carlos Araújo, vai ser dar valor a “uma quantidade enorme de riqueza” em São Vicente, que “não está a ser explorada”.
Neste conjunto, o candidato incluiu agricultura, pecuária, pesca, e, especialmente, a classe de mecânicos e torneiros, profissionais a quem denomina de “buldonhes” e que, a seu ver, devem ser organizados para trazer mais-valia ao concelho.
Na vertente eleitoral, disse ser preciso também fazer uma campanha para consciencializar a “quantidade enorme” de pessoas naturais de Santo Antão, assim como ele, que trabalham e vivem no Mindelo há longos anos, mas, que não estão recenseadas na ilha e, por altura das campanhas, vão votar em Santo Antão, ou não votam.
Defendeu que essa sensibilização pode fazer aumentar o número de votantes em São Vicente e ajudar no desenvolvimento do município.
Por agora, asseverou, aos 73 anos, segue “firme e forte” na recolha das 500 assinaturas impostas aos candidatos independentes, e não pretende se demover da luta em apoiar São Vicente, ilha que acolheu desde os 04 anos.
C/iNFORPRESS