A Associação das Empregadas Doméstica de Cabo Verde (ASED-CV) está otimista na implementação da carteira profissional ainda este ano, visando melhorar as condições de trabalho da classe, sendo que o despedimento sem justa causa continua a ser o maior constrangimento.
A presidente da associação, Maria Gonçalves, apontou a atribuição da pensão social de velhice como uma das preocupações das empregadas domésticas, considerando que esta medida irá promover maior dignidade à classe e garantir uma velhice melhor às mulheres que ocupam a profissão.
“O despedimento sem justa causa continua a ser o maior constrangimento enfrentado pelas empregadas domésticas, sem contar que o nosso salário não é digno. Muitos empregadores recusam ainda inscrever as empregadas domésticas na previdência social, não respeitam a lei, e isso está a desmotivar os jovens de entrar nessa classe que não está sendo valorizada”, reclamou, apelando ao cumprimento da lei.
Salário digno
A presidente da ASED-CV reiterou que a maior reivindicação dos colegas é um “salário digno” para apoiar os filhos nos estudos e que sejam inscritos no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), para que possam beneficiar de assistência médica e medicamentosa.
Adiantou, por outro lado, que a ASED-CV quer continuar a apostar muito na sensibilização e em ações de capacitação da classe, visando a inscrição de mais membros, que, por sua vez, irá contribuir no reforço da luta pelos direitos das empregadas domésticas.
Carteira profissional
Para este ano almeja que a implementação da carteira profissional das empregadas domésticas seja uma realidade, tendo neste sentido congratulado com os esforços que estão sendo feitos pelo Governo para a materialização desta iniciativa.
As mulheres representam 94 por cento (%) dos trabalhadores domésticos em Cabo Verde. As empregadas domésticas representam seis por cento dos trabalhadores ativos no país.
A ASED-CV foi constituída no dia 29 de Julho de 2018, na cidade da Praia, tendo Maria Gonçalves sido eleita a primeira presidente. A organização conta com o apoio da Associação Cabo-verdiana de Luta contra a Violência Baseada no Género (ACLVBG) e tem um âmbito nacional.
c/Inforpres