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Sociedade

Há 2.896 crianças a trabalhar em condições perigosas em Cabo Verde – INE

Um estudo apresentado esta quarta-feira, 07, pelo INE, concluiu que o trabalho infantil afecta 4,2% das crianças cabo-verdianas entre os 5 e os 17 anos. Dessas, 2.896 (2,5%) trabalham em condições perigosas e em grande parte para os familiares.

O inquérito sobre o Trabalho Infantil (TI) em Cabo Verde, apresentado pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), no âmbito do Inquérito Multi-objectivo Contínuo (IMC), teve como base uma amostra aleatória de agregados familiares, provenientes de áreas urbanas e rurais, a nível nacional. Os dados foram recolhidos entre Novembro de 2022 a Janeiro de 2023.

Segundo a técnica e responsável pelas estatísticas do mercado de trabalho, Alice Pina, citada pela Inforpress, no universo de 117 mil crianças entre os 5 a 17 anos, 50,5% são rapazes, 49,5% meninas e 74,4% estão no meio urbano.

O estudo aponta que grande parte dessas crianças trabalham para o consumo próprio dos agregados familiares, cerca de 9.004 estavam a trabalhar, e dessas, 4.900 crianças, estavam no trabalho infantil.

O mesmo revela ainda que 2.896 crianças trabalham em condições perigosas, o que representa 2,5%.

Maioria trabalha e estuda

No que diz respeito à educação, os dados apontam que 97,3% das crianças trabalham e estudam ao mesmo e 2,7% não estavam a frequentar nenhum estabelecimento escolar.

O inquérito revelou ainda que 73.446 crianças fazem trabalhos relacionados com as tarefas domésticas/cuidados de pessoas com necessidades especiais, o que representa 62,4%, dos quais 2.673 dos inquiridos em condições perigosas e com uma média de 8 a 10 horas por semana.

As meninas, segundo a mesma fonte, são as que mais fazem tarefas domésticas, (68,9%), nomeadamente lavar a louça, preparar a mesa, limpar a casa ou a garagem.

Trabalho infantil

A responsável explicou que por trabalho infantil entende-se o envolvimento de crianças em trabalho perigoso e de modo geral em tipos de trabalhos a serem eliminados como social e moralmente indesejáveis.

Envolve crianças que trabalham em profissões ou ramo de actividade económica consideradas perigosas, trabalham mais de 44 horas por semana a transportar cargas pesadas em ambiente exposto ao sol.

O último estudo sobre o trabalho infantil foi realizado em 2012 e, devido a diferenciação da metodologia, não foi possível fazer a comparação, segundo explicou a responsável do INE.

C/ Inforpress

Foto @Reuters

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