Em comunicado o Sindicato Democrático dos Professores – Sinprof, respondeu às declarações proferidas pelo Ministério da Educação, também em comunicado, no dia 4 de janeiro, em que a tutela afirmava que este sindicato se negou a negociar com a tutela as reivindicações da classe.
No comunicado o ministério, do dia 4 de janeiro, afirmava ainda que o Siprofis e o Sindep “confirmaram interesse e disponibilidade em se reunir com o ministro da educação para conhecerem as propostas do Governo relativamente à operacionalização do ajuste salarial dos professores tendo ficado o compromisso dos sindicatos analisarem o memorando do acordo e tendo em vista o entendimento entre as partes”.
“Relativamente ao Sindprof, não foi possível um acordo porque reiteradamente este sindicato tem manifestado indisponibilidade, mas o Ministério da Educação continua aberto e disponível para o encontro com este sindicato, tendo voltado a propor nova data que ainda não foi aceite” explicou a nota do Governo na altura.
Em resposta o Sindicato acusou a tutela de “má-fé e tentativa de enfraquecer o sindicato”
Em comunicado, que o A Nação On-line teve acesso, o Sindprof reiterou que são falsas as declarações de que o sindicato se negou a negociar com a tutela as reivindicações da classe.
A nota do Sindprof começa por enfatizar que o sindicato foi “o primeiro Sindicato que solicitou um encontro com o Ministro da Educação” numa nota entregue no dia 07 de dezembro de 2023 mas a resposta que obteve do ministério foi que “considerando que os processos das reivindicações da Classe Docente têm sido articulados em conjunto com todos os Sindicatos, entendemos que seria de todo o interesse um encontro coletivo com todos os Sindicatos”.
O Sindprof continua e afirma que no dia 18 de dezembro foi entregue pelo Sindprof um Pré-aviso de greve na Direção Geral do Trabalho e o SINDPROF foi convocado para um encontro de consenso com a Entidade Empregadora no dia 21 de dezembro;
“Neste encontro de consenso estiveram presentes, além dos representantes do SINDPROF, a Diretora Geral do Trabalho e altos dirigentes do próprio Ministério da Educação entre os quais a DGPOG, a Diretora dos Recursos Humanos-DRH e o Diretor do Serviço de Estudo Planeamento e Cooperação-SEPC. Ora, a meio da negociação do dia 21 de dezembro, o SINDPROF recebeu pelas 11h00 um email da Diretora do Gabinete do Senhor Ministro da Educação, a solicitar o agendamento de um encontro que poderia ser coletivo ou individual mediante interesse e disponibilidade dos grupos sindicais” explica a nota.
O Sindprof acusa o ministério de saber que no horário escolhido a líder do Sindprof, Lígia Herbert, estaria a atender à convocatória da DGT, informação do conhecimento do ME, segundo explica o sindicato, logo o encontro “teria de ser agendado para um outro momento”.
Decisão sem se ouvir todos os Sindicatos
“Na sequência do encontro com o outro Sindicato, o Senhor Ministro da Educação numa entrevista aos meios de Comunicação Social informou que o Governo iria ter como base a atualização salarial no valor de oitenta e cinco mil escudos proposta pelo SINDEP. Posteriormente veio a público que a proposta não seria de 85 mil, mas sim de 89 mil, de forma faseada, resultado de uma negociação feita com outro sindicato” continua o comunicado ao que o Sindprof questiona a tutela do porquê de já se ter um valor fixo sem se negociar com o sindicato em questão.
O Sindprof termina a nota enfatizando que “em momento algum se negou a negociar com a tutela as reivindicações da classe docente” e acusou a tutela de “ má-fé por e de tentar desinformar a população e enfraquecer a luta pelos direitos dos professores levada a cabo pelo Sindprof.”
Posto isto, o Sindprof reiterou a sua disponibilidade em participar de encontros com o ME “augurando que as negociações venham a chegar ao bom porto”.