Numa época considerada “difícil”, tanto a nível nacional quanto no cenário mundial, o Presidente da República desejou hoje que 2024 seja, para todos, um ano de menos pobreza, menos desemprego e menos desigualdades sociais, fenómenos corrosivos para qualquer sociedade. Num cenário de guerra, os votos são também para um mundo mais humano e orientado para o bem comum.
“Nesta hora de passar em revista o ano findo e perspetivar o futuro, os meus votos são de esperança num ano de 2024, muito melhor, para todos, tanto nas ilhas como no mundo inteiro”, declarou o Chefe de Estado, na sua mensagem de Ano Novo.
A nível global, José Maria Neves reconhece que o Mundo atravessa uma crise estrutural para a qual ainda não se vislumbra nem o fim, nem a duração, e nem o seu desfecho, em meio a “tempos difíceis de crise e de estagnação”, mas diz que “temos de ter confiança e alento suficientes para acreditar que 2024 será um ano de paz, principalmente pela cessação dos conflitos com evidente desprezo pela vida humana”.
“Repudiamos os ataques maciços infligidos à população civil indefesa, com massacres de mulheres e crianças, só comparáveis ao pior que aconteceu durante a segunda guerra mundial”, sublinhou.
Insegurança, criminalidade e educação
Outro desafio para este ano, segundo disse, é a questão da insegurança e da criminalidade, pelo que auguro mais sucesso nessa luta, a bem de um clima de maior tranquilidade e harmonia social.
Já no sector da educação, não obstante os ganhos, que, segundo sublinhou, são assinaláveis, é preciso melhorar a sua qualidade e examinar as questões relacionadas com as reivindicações que têm ocorrido ultimamente, nomeadamente as dos professores.
Saúde e transportes
“Na saúde, regista-se, com agrado, o engajamento dos seus profissionais. No entanto, há que encetar esforços conducentes a uma melhor avaliação da prestação dos serviços disponibilizados aos utentes, com vista à sua melhoria, garantindo maior eficácia e eficiência”, elencou ainda.
Os seus votos de melhorias significativas para 2024 passam também pelos transportes, marítimos e aéreos, onde, no seu entender, tem-se assistido a uma “regressão”.
“No geral, desejamos que as reivindicações de vários grupos profissionais possam merecer a devida atenção, pois, muitas delas parecem ser justas. O diálogo deve ser eleito como a melhor forma para encontrar soluções para os diferendos”, encorajou, não descurando de uma necessária revisão da política salarial do Estado, “para que haja maior equilíbrio e justiça entre os diferentes grupos profissionais”.
Alterações climáticas
No tocante às alterações climáticas, José Maria Neves diz que a COP28 abre uma porta à esperança de um mundo livre de energias fósseis, capaz de atingir a almejada neutralidade carbónica em 2050.
“Cabo Verde se orgulha de iniciar esta caminhada, desde 2008. A aceleração da ação climática, a implementação do índice de vulnerabilidade, o financiamento climático e ambiental, são anseios de todos, principalmente dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, ou seja, dos mais vulneráveis e dos mais afetados, incluindo o nosso país”, especificou.
Neves encerra os seus votos desejando que o Novo Ano traga, para todos, mais paz, mais amizade e mais irmandade, mas, também, mais oportunidades e mais prosperidade.