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Diáspora

Cidadãos mobilizam-se para a “celebração digna” do centenário de Amílcar Cabral

A petição para a “celebração condigna” do centenário do nascimento de Amílcar Cabral (1924/2024) já ultrapassou as 2.500 assinaturas, tendo agora como meta as 5.000 subscrições. A iniciativa partiu da historiadora Ângela Coutinho e está a contar com o engajamento de individualidades de vários quadrantes, dentro e fora do país. 

A petição, a circular na internet, e que pede a celebração oficial em Cabo Verde do centenário do nascimento de Amílcar Cabral, líder da luta pela independência da Guiné e Cabo Verde, partiu de Ângela Coutinho, historiadora
cabo-verdiana residente em Portugal, e já ultrapassou a meta estabelecida das 2500 assinaturas, em cerca de uma semana após ter sido lançada.

Isto, depois da bancada parlamentar do MpD ter chumbado a resolução apresentada pelo PAICV para a celebração dos 100 anos do nascimento de Amílcar Cabral.

Por volta das 13h do início da tarde desta sexta-feira,17, a petição já contava com 2.886 subscrições, estabelecendo a mentora a nova meta de 5000 assinaturas, para depois serem entregues na Casa Parlamentar.

A superar as expectativas

Ângela Coutinho disse ao A NAÇÃO que a sua iniciativa está a superar “todas as expectativas”, estando inclusive “várias outras iniciativas” na forja, por parte de diversos quadros da diáspora cabo-verdiana, e não só, entre
académicos, empresários, jornalistas, artistas, antigos combatentes e sociedade civil, no geral, para que a celebração oficial do nascimento de Amílcar Cabral seja aprovada na Assembleia Nacional.

Entre os subscritores estão nomes como a professora Simone Caputo Gomes, o arquitecto Ângelo Lopes, a escritora Vera Duarte, o artista e activista César Schofield Cardoso, o jurista Mário Ludgero Correia, o escritor Filinto
Elísio, Dulce Araújo Évora, jornalista da Rádio Vaticano, o activista digital Hélio Varela, o arquitecto Alexandro Novais, Maria Nazaré Ceita, professora da Universidade de São Tomé e Príncipe, o actor e encenador João Branco, o artista e activista Kwame Mascarenhas, o atleta Rodrigo Mascarenhas, o empresário António Canuto e Pierre Franklin Tavares, escritor e filósofo, que vive em França, entre outros.

As subscrições em prol da celebração dos 100 anos de Amílcar Cabral partiram de países tão dispares como Portugal, Brasil, Itália, Cabo Verde, Quénia, Ruanda, Escócia, Costa do Marfim, Marrocos, Moçambique, Canadá,
EUA, Áustria, Luxemburgo, Noruega, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola, etc.

“Independentemente do facto de se reverem ou não nos projectos que defendia para o arquipélago no pós- independência, a maioria dos cabo-verdianos reconhece a sua genialidade, a entrega total e o esforço envidado para
obtenção da independência nacional, que, também na opinião da esmagadora maioria dos nacionais de Cabo Verde, permitiu melhorar consideravelmente a vida da população nas ilhas, em muitos aspectos”, fundamenta a petição.

Objectivos da petição

Entre as reivindicações da petição até a proposta para a nomeação de uma Comissão Nacional para as comemorações do centenário do nascimento de Amílcar Cabral, composta por personalidades da sociedade civil,
residentes no país e na diáspora, de diversas gerações e géneros, e que esteja encarregue de conduzir um programa comemorativo no país e junto às comunidades na diáspora.

Igualmente, pede-se a atribuição de uma verba a esta Comissão Comemorativa, para apoio aos diversos projectos que estão já a ser preparados pela sociedade civil cabo-verdiana no país e em países onde residem comunidades
cabo-verdianas.

A isto, acresce a disponibilização, a “título gratuito” de todos os equipamentos culturais, desportivos, e de outros espaços de reunião e de convívio geridos pelo Estado de Cabo Verde (governo e autarquias), incluindo o trabalho do
“staff”, assim como a utilização dos materiais adquiridos, a estas organizações da sociedade civil para levar a cabo os seus programas de comemoração do centenário deste Herói Nacional.

Cerimónia oficial com “pompa e circunstância”

Por fim, os subscritores pedem a organização de uma cerimónia nacional oficial, com toda “a pompa e circunstância devidas”, ou seja, “ao mais alto nível, para celebração do centenário do nascimento de Amílcar Cabral, a 12 de Setembro de 2024”. Esta cerimónia, defende a petição, deverá ser assumida pelos mais “altos órgãos de responsabilidade” do Estado de Cabo Verde, e para a sua realização deve ser nomeada uma Comissão Organizadora e uma Comissão de Honra.

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