O Instituto Nacional de Saúde Pública confirmou hoje, 8, a existência de dois casos de dengue autóctones na cidade da Praia. O diagnóstico foi confirmado pelo Instituto Pasteur do Senegal. O INSP alerta a população a ter cuidados redobrados para manter o meio ambiente mais saudável. A Delegacia de Saúde da Praia já está no terreno para investigações.
Dos três casos suspeitos, o Instituto Pasteur do Senegal confirmou dois casos positivos, informou a presidente do Instituto Nacional da Saúde Pública (INSP), Maria da Luz Mendonça.
“As duas pessoas com confirmação positivo para dengue não possuem nenhum histórico de ter estado em países com este tipo de patologia, mas sabemos que Cabo Verde recebe várias pessoas, particularmente da nossa região africana, assim como Brasil, pelo que temos de reforçar a alerta para este tipo de epidemia”, disse.
Delegacia de Saúde da Praia já está no terreno
A responsável pelo INSP realçou ainda que a delegacia de saúde da Praia já está no terreno a investigar para poder entender a trajetória destes casos de dengue e reforçar a procura dos focos para a sua eliminação.
O último surto de dengue no país aconteceu em 2016, quando mais de 30 casos foram diagnosticados com a doença. Neste momento, segundo o INSP, o objetivo é trabalhar para reforçar a eliminação de focos e apelar a população para a sensibilização sobre os cuidados a manter visando eliminar os mosquitos vectores da doença.
Questionada se o saneamento da capital do país tem contribuído para esta aparição de casos de dengue, Maria da Luz Mendonça chamou atenção para uma melhoria do saneamento básico, alegando que estes casos estão relacionados precisamente com o saneamento do meio em que vivemos.
Reforço cuidados saneamento
Neste âmbito, apelou aos responsáveis locais e à população praiense a ter mais cuidado com o lixo e com a água estagnada, factores essenciais para a reprodução de mosquitos vectores para a dengue.
Além dos cuidados básicos, como evitar água parada e manter a limpeza frequente do meio ambiente, a presidente do INSP ressaltou que é essencial o uso de repelentes para evitar a picada do mosquito e ter-se cuidado com os sintomas da doença que se manifesta através de febre, dores musculares, dor ao movimentar os olhos, mal-estar geral e dor de cabeça.
Caso as pessoas tenham esses sintomas, avisa que devem procurar o sector da saúde e não se automedicar, principalmente, a não tomarem ibuprofeno.
Histórico
Cabo Verde foi fustigado pela epidemia da dengue em 2009 com registos que apontaram para 21.383 casos suspeitos, com evolução de 174 para febre hemorrágica e seis óbitos.
De Janeiro a Junho de 2010, o país registou 305 casos de dengue, sendo os concelhos da Praia e São Filipe os que com mais casos afectados.
Em Cabo Verde existem duas espécies de mosquitos transmissores de doenças, designadamente o Anoppeles gambiae – vector do paludismo –, e o Aedes Egypti – vector da dengue, febre-amarela, chikungunya.
c/Inforpress