O Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, garantiu esta quinta-feira, 12, que o Governo destinou, através do Orçamento de Estado de 2024, o montante de 1,3 milhões de contos para projectos energéticos. O anúncio foi feito durante a abertura da 4a edição da Feira Internacional de Energias Renováveis e Eficiência Energética, a decorrer na FIC, na Cidade da Praia.
“No Orçamento do Estado para 2024 destinamos 1,3 milhões de contos para projetos energéticos, apostando fortemente em concursos com operadores privados, visando a Mobilidade Elétrica, Energia Renovável nos serviços públicos e a melhoria do ambiente de negócios no sector energético”, informou o governante.
Correia e Silva lembrou, no seu discurso, que até 2030 estão previstos investimentos de 520 milhões de euros para acelerar a transição energética, sendo que 54% deste montante é investimento privado.
“Para além dos importantes contributos de parcerias bilaterais, estamos a alavancar fundos internacionais e várias iniciativas, como o Acordo Climático e Ambiental com Portugal, o Fundo Climático e Ambiental e os Green Bonds, para aumentar a nossa capacidade de financiamento da transição energética”, precisou.
Neste sentido, sublinhou que é fundamental que o sector privado esteja cada vez mais inserido nesta dinâmica de transição energética que, conforme disse, irá beneficiar a todos.
Sector privado mobilizado
Várias empresas nacionais e internacionais estão a tomar parte da feira, algumas pela primeira vez, outras desde a sua primeira edição.
Mais do que uma oportunidade de negócios, reconhecem na iniciativa uma forma de troca de experiências com outros intervenientes da transição e eficiência energética, tendo em vista o objectivo comum. Marina Melo, do departamento de energias renováveis da empresa Águas de Ponta Preta (APP), explica a decisão de participarem no evento.
“Viemos para a feira com a intenção de divulgar o trabalho que temos feito no ramo de energias renováveis e da mobilidade elétrica, através da TECV, a nova empresa concessionária de instalação de postos de carregamento para os veículos elétricos em todo o pais”, indicou a responsável, segundo a qual a APP tem em desenvolvimento, neste momento, projectos de dois parques de 6 MW, nas ilhas do Sal e São Vicente.
As perspectivas, segundo diz, são altas, tanto a nível de trocas com empresas do mesmo ramo, quanto a nível de clientes, especialmente no que toca à mobilidade elétrica.
Quem também marca presença na feira é a Cabeólica, um dos parceiros do Governo na implementação da transição energética.
De acordo com o CEO, Bruno Lopes, trata-se de uma iniciativa importante a nível da dinamização das energias renováveis em Cabo Verde e uma oportunidade de comunicar melhor o que tem sido feito nos objectivos de transição energética.
A empresa está a apresentar ao público o seu projecto de expansão, que permitirá, segundo a mesma fonte, atingir a meta dos 30% de energias renováveis até 2025.
Por sua vez, Dina Pereira, sócia da Solar, que participa desde a primeira edição da feira, prevê um bom futuro para a empresa e para Cabo Verde, tendo em vista toda a promoção da transição energética e mobilidade elétrica que tem sido promovida pelo Governo.
Por uma transição justa e sustentável
A 4a edição da Feira Internacional de Energias Renováveis e Eficiência Energética, a decorrer na FIC, até sábado, 14, acontece sob o lema “Por uma transição justa e sustentável”.
De acordo com a administradora delegada da FIC, Angélica Fortes, o problema da energia está na ordem do dia a nível mundial e, sendo Cabo Verde um grande dependente energético, torna-se urgente discutir a transição energética do país para que, num prazo relativamente curto, possa conquistar a sua independência energética e económica.
Participam cerca de 40 empresas, sendo 10% empresas internacionais. Este ano o foco é o mercado da CEDEAO.