Joaquina Almeida, secretária geral da União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde – Central Sindical (UNTC-CS) disse que o Governo deveria sentir-se envergonhado ao recusar o aumento salarial de 7 a 10% para todos os trabalhadores públicos. Estas declarações foram feitas no âmbito da reunião do Conselho de Concertação Social que decorreu esta sexta-feira, 22, no qual a Proposta do Orçamento do Estado para 2024 esteve em apreciação.
“O Governo deveria sentir-se envergonhado ao recusar o aumento salarial proposto (…), entretanto, o executivo apresenta uma proposta de aumento salarial de 2,8% para os funcionários públicos, ou seja, um aumento de 313 escudos para o salário mínimo na função pública que passará de 15, 687 escudos para 16 mil escudos”, afirmou, citada pela Inforpress.
Reajuste este que a UNTC-CS discorda, por considerar “manifestamente insuficiente, discriminatória e injusta” para com a classe trabalhadora.
“Perguntamos, se com essa medida, a política do Governo sobre a redução das desigualdades é coerente com a promessa de cumprir o ODS 10 das Nações Unidas”, questionou.
Contudo disse que a central sindical que dirige concorda com o aumento do salário mínimo nacional de 14 mil escudos para 15 mil escudos e com a implementação do subsídio de desemprego para o sector doméstico.
Aumentos no BCV: Afinal Cabo Verde não está em crise
Relativamente à polémica sobre o aumento de salários no Banco de Cabo Verde, em que o Governo aprovou, em conselho de ministros, a resolução que aumenta os salários do governador e dos administradores em 17 a 18,4%, Joaquina Almeida mostrou-se contra e lembrou que o momento socioeconómico do país não permite qualquer adequação salarial e muito menos um aumento desses.
Este aumento salarial no BCV, disse, afinal demonstra que Cabo Verde “não está em crise” como prolifera o Governo nos seus sucessivos discursos, mas que se encontra “de boa saúde” socioeconómica.
Por isso disse tratar-se de um “escândalo nacional”, e que a central sindical está aberta a qualquer tipo de engajamento por parte dos sindicatos da UNTC-CS e de outras centrais sindicais do país na promoção de uma greve para reivindicar, havendo essa necessidade.
“(…) Porque toda a sociedade está a sentir na pele o aumento dos produtos, o não aumento do salário, a não reposição do poder de compra, por isso, havendo necessidade vamos apoiar incondicionalmente”, afirmou.
C/Inforpress