Iduino José Ramos Almeida, de nome artístico “Dino Almeida”, é um jovem instrumentista da Ribeira Brava, ilha de São Nicolau, tocador de cavaquinho, entre outros instrumentos. As noites de serenata na companhia do pai e do irmão mais velho, ambos instrumentistas, constituem a “base” da sua carreira, assim como a presença de cinco anos no Grupo Coral da Igreja de Nossa Senhora do Rosário.
Natural da Ribeira Brava, Iduino José Ramos Almeida, 21 anos, é “cavaquista”, isto é, tocador de cavaquinho, além de outros instrumentos musicais, e que vem seguindo com muito amor e dedicação os passos do seu pai Zé d’ Júnia e do seu irmão mais velho, João Pereira.
Do grupo coral para os grandes palcos e festivais
Dino Almeida, seu nome artístico, recorda que na infância acompanhou, vezes sem conta, os dois elementos da família, nas noites de serenata na Ribeira Brava, de onde nasceu o gosto pelos instrumentos musicais. Na altura, além de cavaquinho, aprendeu a tocar violão e teclado, evoluindo para outros eventos públicos.
“Lembro da minha primeira participação numa actividade escolar com nove anos de idade a tocar e a cantar. Depois, participei em concursos de vozes que faziam nas escolas e no município”, conta, acrescentando que pouco a pouco foram surgindo outros convites que favoreceram profissionalmente, a sua carreira musical.
Segundo avançou, o seu sucesso na música deve-se também à sua participação no Grupo Coral da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na Ribeira Brava, experiência que vê como “base”, além das experiências adquiridas com o pai e o irmão mais velho.
Dino Almeida, que tem recebido feedback positivo do público nas suas actuações, tem como um dos momentos mais marcantes da sua carreira, a sua primeira participação no Festival de Praia d’ Tedja, do município de Tarrafal de São Nicolau, quando com apenas 13 anos, foi acompanhar os artistas Lucibela Freitas, William Araújo e Kátia Borges.
Integrante da “Banda Zul Alves”
Depois de temporadas a tocar com vários artistas nacionais de diferentes estilos musicais, em diferentes ilhas e concelhos do país, Dino Almeida a residir na cidade da Praia (há cerca de cinco anos) aceitou em Janeiro de 2022, o compromisso de entrar para a banda da artista praiense Zul Alves.
“Estar num projecto como este da Zul Alves, ao lado de outros músicos, a capacidade de desenvolver e aprender, é maior: tocar com esta artista se resume em momentos de descoberta, de aprendizagem e de diversão.
Esta oportunidade tem me permitido relacionar profundamente com a arte em si e com todos os que também fazem parte deste projecto”, explica o artista e instrumentista, tocador de cavaquinho, teclado, violão, mas também com experiências no baixo e na percuteria.
“Profissionalizar a arte é um dos principais desafios”
Dino Almeida considera que Cabo Verde por si só é um país de muitos talentos. Que, no entanto, não tem apostado muito, de forma profissional, na capacitação de pessoas que escolhem a arte como profissão.
“Profissionalizar a arte é um dos principais desafios. Em Cabo Verde é difícil ter acesso a formações ou qualquer forma de adquirir conhecimento no mundo das artes. Não temos uma escola profissional para capacitar as pessoas que querem escolher a arte como profissão.
Porque a arte é também uma solução para se empreender e empregar”, considera. No seu caso, Dino diz que gostaria de frequentar uma escola de arte para aperfeiçoar o que já sabe. Mas, enquanto esta oportunidade não chega, vai adquirindo conhecimentos através do fazer e aprender e aperfeiçoando através de pesquisas, na internet, por exemplo.
Por ora, um dos seus maiores sonhos é “ser uma das estrelas da música nacional, fazer o meu projeto musical representando a minha ilha e o meu país a mais alto nível”. Sem entrar em detalhes conta que está neste momento a criar um perfil artístico, num período em que se encontra “de férias” na sua ilha natal.
Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 828, de 21 de Setembro de 2023