O Presidente da República, José Maria Neves garante que tem acompanhado a situação do golpe de Estado no Níger com muita preocupação e salienta que Cabo Verde não apoia a restauração da Constitucionalidade através da intervenção militar. Em declarações à Rádio Alfa, a partir da Ilha do Fogo, assegurou que o país não integrará uma possível força militar.
Em declarações, sobre a situação vividda no Níger, José Maria Neves, pede que se vá pelo caminho negocial, de “negociações intensas, pela via diplomática” para se resolver o conflito.
O Chefe de Estado reconhece que a situação dos golpes de Estado em África está a se tornar numa situação de crise e que deve ser feita uma análise mais profunda, para se procurar as causas, que a seu ver, têm a ver com a governabilidade, com a governança “e no fundo com a as condições de vida das pessoas”.
“Temos de fazer tudo para que os Governos consigam responder aos anseios e às expectativas das pessoas. Temos de criar instituições inclusivas e fortes e ter transparência, accountability na gestão da coisa pública e fazer tudo para que as africanas e os africanos vivam com muito mais dignidade”, sublinhou JMN.
Cabo Verde não apoia uma intervenção militar
JMN assevera que Cabo Verde não apoia e não integraria nenhuma ação de intervenção militar e pede prudência na análise desta questão e da sua resolução.
“Qualquer intervenção militar neste momento iria agravar a situação e tornar a região num espaço explosivo, então não apoio qualquer intervenção militar, não apoio a resolução desse conflito pela força. Penso que devemos todos trabalhar para a restauração da ordem constitucional, mas em nenhuma circunstância através da intervenção militar ou do conflito armado neste momento”, esclarece o Chefe de Estado cabo-verdiano.
Tiago Ribeiro