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Diáspora

Luxemburgo: Jovem de origem cabo-verdiana é candidato às eleições nacionais de 8 de Outubro 

Starsky Selestino Flor, jovem de origem cabo-verdiana e líder do Partido Pirata do Luxemburgo desde 2019, é candidato do seu partido às eleições nacionais neste Grão-Ducado marcadas para 8 de Outubro próximo. A expectativa para essas eleições é manter os dois assentos do seu partido, ou então, “triplicar”. Apesar dos desafios, sobretudo com a língua, Starsky assegura que os cabo-verdianos são motivo de orgulho neste país da Europa.

Filho de pais cabo-verdianos naturais de Chã de Pedras, Ribeira Grande de Santo Antão, Starsky nasceu no Luxemburgo, onde há cerca de 10 anos vem enveredando pela carreira política. Desde 2013, vem integrando o Partido Pirata do Luxemburgo, tendo-se tornado presidente (porta-voz masculino) em 2019, reeleito em 2021 e 2023.

Em entrevista ao A NAÇÃO, o candidato do Partido Pirata, avançou que a sua expectativa é manter, pelo menos, dois assentos além de novas conquistas.

“Sou oficialmente candidato às eleições nacionais em Outubro. A expectativa é manter pelo menos os dois assentos do Partido Pirata. Mas gostaríamos de dobrar a nossa pontuação ou até triplicar”, conta Flor, nascido e criado em Ettelbruck, uma comuna do Luxemburgo, com status de cidade, pertencente ao distrito e cantão de Diekirch.

Ainda sobre as expectativas para esta eleição, garante que as pesquisas e tendências dos últimos cinco anos, mostram que é possível alcançar este resultado. “Por isso, vamos esforçar ao máximo para ter sucesso neste desafio e servir ainda melhor o cidadão”, garante.

Transparência e democracia participativa

Quanto às propostas para as eleições nacionais de 8 de Outubro, Flor diz que o Partido Pirata está ainda a finalizar o programa, mas que, em princípio, as linhas gerais serão as mesmas, ou seja, baseadas na transparência e democracia participativa.

“Queremos restaurar a confiança na política e nos políticos. E também atrair os naturalizados e aqueles que têm dupla nacionalidade. Motivar-lhes a votar e a demonstrar que a voz deles pode ter um importante impacto na sociedade”, explica Flor, até agora, único candidato de origem cabo-verdiana no partido criado em 2009.

“A lista não está finalizada, pois temos ainda alguns congressos para realizar. Mas, até agora, sou o único candidato de origem cabo-verdiana. Temos vários portugueses e também dois italianos”, complementa.

Princípios básicos do Partido Pirata

Quanto aos princípios básicos do partido que integra, há cerca de 10 anos, Flor aponta a defesa da democracia básica, o que permite a cada membro determinar, activamente, o futuro do partido.

“No Partido Pirata somos defensores de uma vida autodeterminada e defendemos o direito à participação social, à igualdade de oportunidades para todos e à neutralidade do Estado em relação às comunidades religiosas”, explica.

 

“Cabo-verdianos são bem vistos e bem integrados no Luxemburgo”

Formado em Engenharia Civil (Construção de Edifícios), Starsky Selestino Flor trabalha como controlador de bilhetes de comboio, há 17 anos, sendo ainda delegado dos trabalhadores no sindicato L’SGBL-FNCTTFEL.

Sobre a comunidade cabo-verdiana no Grão-Ducado, garante que está bem integrada.

“Da minha parte, ouço a comunidade. O que é bom no Luxemburgo é que os cabo-verdianos são bem vistos e bem integrados. O que os cabo-verdianos fazem neste país é motivo de orgulho, tanto para este país que os acolhe, como para o país de origem”, defende.

Contudo, admite, que ainda há um caminho a percorrer, especialmente no que toca à língua.  “Sempre há dificuldades nas escolas com a língua alemã”, exemplifica.

Presença de cabo-verdianos no Luxemburgo 

De salientar que os cidadãos de origem cabo-verdiana têm uma presença forte na vida política no Luxemburgo. 

Inclusive, este ano, houve 33 candidatos de origem cabo-verdiana às eleições comunais do passado dia 11 de Junho. Destes, quatro conseguiram eleger-se para Conselheiro.

Em 2017 também participaram vários cabo-verdianos, mas apenas dois conseguiram eleger-se.

Depois da comunidade portuguesa, os cabo-verdianos são o segundo maior grupo de estrangeiros no Luxemburgo. 

Desde os anos 90 que esse Grão-Ducado é um dos mais importantes parceiros de desenvolvimento de Cabo Verde. Dadas as condições de vida que oferece, inúmeros cabo-verdianos têm-se estabelecido nesse pequeno país europeu.

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 928, de 20 de Julho de 2022

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