O Ministério da Saúde vai aprofundar as investigações relativas à morte de sete recém-nascidos no Hospital Baptista de Sousa, em São Vicente, e apurar as causas da infeção generalizada.
Evandro Monteiro, secretário de Estado Adjunto da ministra da Saúde, explicou que o inquérito respeitou todos os procedimentos e diligências necessárias para se inteirar dos factos e de todo o envolvido, mas constatou que era preciso aprofundar progressivamente este processo investigativo por forma a clarificar ainda mais os factos.
A morte dos recém-nascidos, admitiu, “é uma situação anormal” e é algo que “não deve acontecer”.
“É necessária e é nisto que estamos a trabalhar, as informações surgem quando se faz a investigação, e nós agora temos que avançar com as investigações, mas logicamente que algo desencadeou essa sepsis neonatal tardia, e em tudo isso é que temos de trabalhar agora até para evitarmos tentativas ou tendências a desinformação ou manipulação da própria informação, sem critério técnico”, apontou.
Vírus ou bactéria?
O secretário de Estado, que reconheceu que não é fácil obter essas informações, supôs ainda que por detrás de todo esse processo poderá estar um vírus ou uma bactéria, mas que em qualquer das circunstâncias, sobretudo nessa situação de “anormalidade”, é necessário fazer uma investigação para apurar as causas dessas mortes.
“De facto se entendeu que a sepsis é que esteve na base das mortes, mas a sepsis é uma condição generalizada e tem muitas causas, e, por detrás disso, é que temos de trabalhar para entender cada causa”, referiu.
Entretanto avançou que nesse novo inquérito está-se a fazer um estudo que salvaguarda a segurança de respostas hospitalares, ou seja, uma análise dos espaços fechados como o serviço de neonatologia, serviço de cuidados intensivos de adulto ou pediátrico.
Atuação ERIS
A reação do Ministério da Saúde surge após o posicionamento público do Presidente da República, José Maria Neves, que pediu um inquérito global do sistema nacional de saúde, após este episódio de morte de bebés, considerado pelo Chefe de Estado de “grave e anormal”.
O Presidente da República também estranhou o facto da ERIS não ter realizado um inquérito. Evandro Monteiro avança, entretanto, que a instituição tem todas as condições necessárias a nível dos recursos técnicos, humanos e materiais que lhe permitam fazer o seu trabalho de forma independente.
O representante do Ministério da Saúde assegurou que após obterem todas as informações pertinentes e adequadas, o ministério irá comunicar e informar a cada uma mãe sobre o que aconteceu com os recém-nascidos.
C/ Inforpress