Carlos Manuel Tavares, natural do concelho do Tarrafal, ilha de Santiago, encontrou na transformação de paletes uma forma de sustento, quando, em 2019, prestes a ser pai, saiu do seu concelho para se fixar na Cidade da Praia.
Sem nunca ter trabalhado no ramo nem ter feito formação na área, deixou os ensinamentos do pai, que é pedreiro, e a sua curiosidade falarem mais alto e aventurou-se na construção de mobiliários, a partir de paletes.
Numa parceria com o colega Adérito Tavares, criou a empresa Palete Tavares, Indústria e Serviços, através da qual trabalham, até hoje, na construção de mobiliários diversos.
O que começou como uma brincadeira, conta o jovem ao A NAÇÃO, rapidamente transformou-se no seu emprego, o que levou, agora, a procurar formações complementares para aprimorar as suas técnicas.
Assim, Carlos frequentou formações de Arte Rústica e Xilogravura, no concelho de Tarrafal.
O jovem produz desde móveis de quarto à cozinha e sala de estar, ao gosto da clientela.
“Faço de tudo. Tudo aquilo que eu vejo, eu consigo reproduzir”, garante.
Trabalho exigente
Trabalhar com paletes, segundo disse, acaba por exigir mais do que trabalhar com madeira, uma vez que exige todo um trabalho preliminar de preparação das paletes, que são adquiridas nas empresas de importação.
Uma arte bastante comum nos dias actuais, Carlos, que faz parte da Associação Pilorinhu, em Achada Grande Frente, está neste momento a preparar-se para ministrar, a partir de 5 de junho próximo, uma oficina de móveis com paletes, destinados a jovens da comunidade, e não só.
Promovida pela referida associação, em parceria com a Câmara Municipal da Praia, a formação, de três semanas, visa criar oportunidades para jovens que se encontram no desemprego, ou então que almejam aprender um ofício novo.