Odílio Rodrigues, 33 anos, é um jovem natural de Santo Antão que, na ilha do Fogo, há 14 anos, tem vivido o hipismo de forma intensa enquanto jóquei. Este ano foi campeão nas festas de São Filipe 2023, título que conquistou com o cavalo “Vulcão”. Defende que se devia apostar mais no hipismo numa ilha onde a modalidade é vivida com grande paixão.
Em entrevista ao A NAÇÃO Odílio Rodrigues contou que sempre teve uma grande paixão pelo hipismo e uma admiração igualmente desmedida pelos cavalos. Começou a montar desde os seus oito anos e hoje, com 33, ganhou uma das corridas mais disputadas a nível nacional, a prova de São Filipe, na ilha do vulcão, que acontece todos os anos pelo 1 de Maio.
“Sinto-me muito satisfeito com o título. Foi um bom período de preparação, muito trabalho, que agora está a ser compensado. Mais do que cuidar do Vulcão precisava ter uma conexão com ele e senti que alcançamos isso”, contou o jovem logo após à corrida ao A NAÇÃO.
Para este jóquei, acarinhado pelos presentes, a expectativa antes da corrida era grande pois todos estavam a preparar-se para o grande dia, de olhos postos na vitória, diante de um público que vive o hipismo com redobrada paixão.
“As corridas podem não ser somente nas festas. Por exemplo, poderia haver outras pequenas competições ao longo do ano e isso, pelo que sabemos, é perfeitamente factível, pois aqui no Fogo o hipismo é vivido com mais intensidade que o próprio futebol”, conta Odílio, para quem o hipismo foi no seu caso uma segunda opção por não ter estudado.
No seu ponto de vista, as pequenas corridas que poderiam ser feitas durante o ano serviriam para melhorar as condições do hipódromo de São Filipe e tirar melhor proveito do espaço.
“Sei que as pessoas pagariam 100 ou 50 escudos para assistir a corridas e este dinheiro seria utilizado para melhorar o hipódromo ou ainda incentivar de alguma forma os proprietários. Este espaço precisa ter melhores condições e tirar melhor proveito. Cabe às autoridades investirem nisso”, explica o atleta que deseja estar em competições internacionais.
Mas, sabe que para isso, tem ainda um longo caminho pela frente. No seu ponto de vista, no rol das medidas possíveis, os jóqueis precisam ter uma associação a funcionar para defenderem os seus interesses, nomeadamente formações para abrir novos horizontes, oportunidades para competirem dentro e fora do país.
Odílio Rodrigues, jóquei do cavalo “Vulcão”, vencedor do título de corrida Nhô São Filipe 2023, acredita que se forem criadas as condições, o hipismo pode ser profissionalizado em Cabo Verde, trazendo maiores rendimentos sobretudo no Fogo, onde as pessoas vivem esta modalidade com muito fervor, desde crianças aos adultos. “A corrida de cavalos no Fogo é um caso único em Cabo Verde”, assegura.
Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 818, de 04 de Maio de 2023