O país e a diáspora estão de luto depois da tragédia que assolou o país, com a informação da morte de 8 militares que iam apoiar o combate ao incêndio na Serra da Malagueta, e que faleceram em acidente de viação este domingo,2, e do jovem Gabi, técnico do referido perímetro. Dentro e fora do país multiplicam-se as milhares de mensagens de pesar e consternação, nas redes sociais, mas também há internautas que levantam questões merecedoras de atenção.
O incêndio na Serra Malagueta tirou a vida a Gabi, técnico do Parque Natural da Serra Malagueta, que se encontrava em estado crítico no Hospital Agostinho Neto, Praia, após sofrer um acidente durante o combate às chamas, não resistindo aos ferimentos.
A Gabi juntam-se oito militares que morreram na tarde de Domingo, 2, em Santiago, na sequência de um acidente de viação, quando iam apoiar o incêndio da Serra Malagueta, após o camião onde seguiam ter capotado.
A vida em prol de uma causa maior
Nas redes sociais, cabo-verdianos e amigos de Cabo Verde, dentro e fora do país, choram a morte destes 9 jovens, que deram a vida por uma causa maior. No caso dos militares, as causas estão ainda por apurar.
De forma geral, os internautas falam em tragédia sem precedentes, lamentam a dor das mães e familiares e pedem respostas. Igualmente, lamentam a aparente falta de condições materiais dos Bombeiros e Proteção Civil.
“Minhas sinceras condolências aos familiares, amigos e à pátria cabo-verdiana. RIP aos militares que perderam a vida em prol da defesa da Nação de Cabo Verde” escreveu um internauta.
“A hora é de luto e pêsames aos familiares dos malogrados que, em nome da Nação, disponibilizaram-se para servir e perderam a vida. Estes sim devem ser lembrados como heróis”, afirmou outro.
Bombeiros sem condições materiais para fazer frente às chamas?
De acordo com José Tavares, um internauta que alegou ter apoiado na luta contra as chamas na Serra Malagueta, os Bombeiros não tinham condições para combater um incêndio daquela dimensão.
“O pessoal dos bombeiros não tem um único auto tanque funcional, já é altura de termos auto tanques operacionais. Os lugares não têm acesso, o único acesso via Figueira das Naus está em péssimas condições”, denúncia o jovem.
Já Sílvia Conceição também afirma que nesta situação os nossos Bombeiros merecem mais atenção e meios de trabalho, e questiona a convocação dos militares.
“Talvez nem estejam preparados para enfrentar situações do tipo”, indagou. Agora, diz, é hora de investigar o que causou esta tragédia.
Comunidade Serra Malagueta engajada
No meio de toda esta situação, Isaías Patrick, congratula-se com a postura da comunidade da Serra Malagueta que, junto dos bombeiros, diz que tem trabalhado “incansavelmente” para apagar o fogo, apoiando os profissionais com água e outros materiais e em alcançar os locais de difícil acesso.
Rui Tavares, por sua vez, denuncia que era “esperado uma leitura mais realista do sucedido” e diz que a população daquela comunidade “não foi devidamente informada”.
“Veja que, assumiram ter havido lugares de difícil acesso, daí porventura, a razão de eu não ter visto um único elemento da Proteção Civil a nos apoiar no principal foco de chamas em direção ao perímetro florestal. Vergonha total!”, lamenta.
Esse internauta prossegue alegando que é preciso esclarecer que quem eliminou o principal foco de chamas que se encontrava em direção ao perímetro florestal foi “a juventude de Serra Malagueta”.
“Com a ausência vergonhosa dos serviços de proteção civil, que aliás não aconselharam a nossa atuação!”, lê-se no comentário do jovem numa publicação do Ministério da Agricultura e Ambiente no Facebook.
Recorde-se que o Governo já decretou dois dias de luto face a esta tragédia que assolou o país.
Tiago Ribeiro – Estagiário