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Credit Suisse recupera 30% após anúncio de apoio de 50,7 milhões de euros do Banco Nacional da Suíça

Após uma quarta-feira de pânico, o Credit Suisse, segundo maior banco da Suíça, já aponta para uma recuperação de 30% nos mercados, após o anuncio de que irá receber um empréstimo de até 50 mil milhões de francos suíços (50,7 mil milhões de euros) do banco central da Suíça para “fortalecer” as contas da instituição.

 Recorde-se que o Credit Suisse viveu na quarta-feira, de ontem o seu pior pesadelo na bolsa, perdendo um quarto do seu valor, com as suas ações a caírem para um nível historicamente abaixo de dois francos suíços (2,03 euros).

O banco tinha perdido já cerca de 30% do seu valor na bolsa de Zurique, desde meados da semana passada, numa altura em que a sua própria crise interna, que remonta a 2019, se entrelaçou com a mais generalizada que a banca global está a atravessar, desencadeada pelo colapso do Silicon Valley Bank nos EUA.

As ações do Credit Suisse, segundo maior banco da Suíça e uma das maiores instituições bancárias do mundo, estão agora, em recuperação após o empréstimo de 50,7 mil milhões de euros do Banco Nacional da Suíça.

Esta decisão permitiu que as ações do banco disparassem 32,59 por cento por ação, para 2,22 francos suíços, amenizando o impacto nos mercados, após o pior dia de sempre dessa entidade bancária.

Recompra de dívida 

Além do empréstimo, a Credit Suisse, anunciou ainda uma série de operações de recompra de dívida no valor de cerca de três mil milhões de francos suíços (3,04 mil milhões de euros).

“Estas medidas são um movimento decisivo para fortalecer o Credit Suisse enquanto continuamos a nossa transformação estratégica para criar valor para os nossos clientes e outras partes interessadas”, disse o presidente executivo do banco, Ulrich Koerner, num comunicado.

Recorde-se que o empréstimo de curto prazo surgiu horas depois do comunicado conjunto  do Banco Nacional da Suíça (BNS) e o regulador financeiro da Suíça (Finma) terem assegurado que iriam fornecer liquidez ao Credit Suisse, se necessário.

O BNS e o Finma consideram que “a atual turbulência no mercado bancário norte-americano não sugere que haja risco de contágio direto para os estabelecimentos suíços”.

A preocupação ultrapassa assim as fronteiras do país alpino e o Departamento do Tesouro norte-americano referiu que está a “monitorizar a situação e em contacto com os seus homólogos internacionais”.

Perdas milionárias durante dois anos

O banco tem vindo a registar perdas milionárias durante dois anos: em 2021 ascenderam a 1,57 mil milhões de francos suíços (1,6 mil milhões de euros) e em 2022 quase quintuplicaram para 7,29 mil milhões de francos (7,4 mil milhões de euros).

O Credit Suisse também sofreu levantamentos de liquidez no valor de 123,2 mil milhões de francos suíços (126 mil milhões de euros) no ano passado.

A principal estratégia que o banco lançou para tentar pôr fim à sua crise é o plano de reestruturação lançado em outubro, que incluiu um aumento de capital de quatro mil milhões de francos (4,09 mil milhões de euros).

O aumento de capital viu o Banco Nacional Saudita tornar-se o maior acionista da empresa, depois de investir 1,5 mil milhões de francos suíços (1,53 mil milhões de euros).

Contudo, declarações do presidente do banco saudita, Ammar al Khudairy,  de que a sua instituição não iria aumentar este investimento, acabaram por contribuir para que o Credit Suisse caísse ainda mais na bolsa de valores.

C/ Diário de Notícias

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