O escritório do Benim do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento realizou em Cotonou, capital económica do país, um workshop sobre os desafios enfrentados pela indústria têxtil no país e como capacitar os agentes para desenvolverem melhor as cadeias de valor deste sector.
Segundo comunicado de imprensa, o objetivo era identificar os desafios e compreender melhor as necessidades e expectativas do ecossistema de fabrico têxtil, com vista a implementar uma solução harmonizada para o fabrico têxtil produzido em massa, dentro de uma cadeia de valor que inclua os agentes locais.
Participaram no workshop produtores de tecidos, tintureiros, estilistas, modelistas, bordadeiras, costureiras, consumidores, profissionais de apoio e profissionais da cadeia de valor têxtil, representantes de organizações, bem como representantes do Estado diretamente envolvidos no setor.
Para além de reunir os interessados para recolher dados qualitativos sobre as necessidades reais dos operadores privados e públicos, o seminário também proporcionou uma oportunidade de propor um modelo industrial local alternativo às soluções tradicionais de nicho ou produtos importados de menor qualidade.
Movimento de inovação com elevado valor acrescentado
“Este workshop enquadra-se perfeitamente na dinâmica de reforço estrutural da indústria têxtil no Benim e na lógica de consumo local”, disse Ebo Sacramento, que representou o Ministério da Indústria e Comércio no workshop.
“Este é um setor que oferece muitas oportunidades em todas as fases da cadeia de valor; este projeto para a industrialização do vestuário em pequena escala no Benim, proposto pelo Banco Africano de Desenvolvimento, faz parte deste movimento de inovação com elevado valor acrescentado para o consumidor local, que o governo está a tentar promover no seio da indústria beninense”, acrescentou.
Para o representante do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento no Benim, Robert Masumbuko, “o workshop é um passo para ajudar as pequenas e médias empresas do país a estruturarem-se e a reunirem os seus esforços para acompanharem a dinâmica posta em prática pelas autoridades beninenses a favor do desenvolvimento da indústria têxtil, através da produção local em massa”.
Uma indústria que emprega pessoas com necessidades especiais
A indústria têxtil no Benim tem potencial para se tornar um dos maiores empregadores do país. Segundo as autoridades, o mercado local deverá crescer significativamente nos próximos anos.
“É do interesse de todas as partes interessadas nesta indústria de vestuário beninense que o setor têxtil seja regido por normas e padrões internacionais para que a produção seja atrativa e atenda às necessidades dos consumidores locais, bem como à demanda cada vez mais premente que vem não apenas de fora do país, mas também fora do continente”, disse Nadia Adanlé, membro da Câmara de Comércio do Benin e fundadora da Couleur Indigo – uma empresa de tingimento em ‘índigo segundo o processo tradicional, cujo quadro de funcionários é 25% composto por pessoas com deficiência.
O desafio desta iniciativa é que, segundo as autoridades do país, para além da produção massiva de produtos têxteis, que se estabeleça um modelo de produção “mutualizada” que seja acessível e financeiramente rentável para o consumidor local, mas também para satisfazer a procura externa.
Tiago Ribeiro
Estagiário