O arguido Rui Santos Correia, suposto autor no caso do atentado contra o ex-presidente da Câmara Municipal da Praia, actual Governador do BCV, confessou hoje em tribunal que foi contratado para “dar um susto” em Óscar Santos, mas negou ter sido ele o atirador.
Conforme a Inforpress, Rui Santos Correia disse ao juiz esta manhã, no Tribunal da Praia, que não foi contratado para matar Óscar Santos, mas sim para dar “um susto” ao ex-autarca, embora não soubesse, no início, de quem se tratava.
O arguido informou ainda que esteve por três vezes nas “pegadas” de Óscar Santos, mas que, da primeira vez, não conseguiu atirar porque o ângulo não lhe favoreceu.
Da segunda vez, disse que após ter constatado que se tratava do ex-presidente da Câmara Municipal da Praia, se arrependeu, e que numa terceira ocasião terá desistido do trabalho para o qual foi contratado.
Outros arguidos desmentem Rui Santos Correia Só que há uma quarta cena, o momento em que Óscar Santos é atingido em frente ao ginásio que frequentava em Palmarejo Baixo, momento esse em que Rui Santos Correia desafiou o Tribunal a provar com recurso a vídeo e outras provas que ele realmente esteve no local e que foi quem atirou na vítima. Entretanto, é de se referir que os outros arguidos desmentiram, por seu turno, estas declarações de Rui Santos Correia, demonstrando uma certa contradição naquilo que dizem os arguidos deste caso.
Audições remarcadas para 9 e 24 de Março As sessões de audição deste julgamento foram remarcadas para os dias 09 e 24 de Março, tendo na agenda a visualização de imagens e audição do ofendido e de algumas testemunhas que o tribunal tinha, inclusive recusado voltar a ouvir neste mediático caso. A verdade é que o intervalo de tempo, que havia sido dado em Fevereiro, para que este julgamento fosse retomado, hoje, após a introdução de mais elementos no processo, não foi suficiente, pelo que se acordou mais uma remarcação.
Recorde-se que ficou de ser adicionado no processo o relatório das chamadas entre os arguidos, documento que já foi solicitado junto das duas operadoras móveis do país, e também o registo electrónico das passagens interilhas, supostamente adquiridas pelos arguidos.O caso
Recorde-se que o caso remonta a 29 de Julho de 2019, data em que Óscar Santos foi atingido com um tiro, quando, por volta das 05h30, se dirigia para um ginásio que frequentava no Palmarejo Baixo, na Cidade da Praia. À sua espera estavam dois homens encapuzados que, depois do disparo, se puseram em fuga. O ex-autarca foi transportado para o Hospital Agostinho Neto, onde foi operado para remover a bala que o atingiu no braço direito. Na sequência, Óscar Santos, hoje governador do Banco de Cabo Verde, disse tratar-se de “uma cobarde vingança por acto que tenha praticado enquanto presidente da Câmara Municipal da Praia”. O último indivíduo suspeito de participar deste atentado foi detido e apresentado ao tribunal em Outubro do ano passado tendo lhe sido decretado prisão preventiva, tal como outros quatros suspeitos que estão em preventiva desde Maio de 2022, mais três, que seriam os supostos mandantes, ficaram em liberdade, mas com a proibição de sair do país. c/Inforpress