A Câmara Municipal da Praia procedeu hoje de manhã, 7, à demolição do muro de blocos que estava a ser construído na descida do “O Poeta”, em Achada Santo António. A construção, segundo o presidente, foi clandestina. O muro estava a ser contestado intensamente nas redes sociais.
O muro de blocos que estava a ser construído na descida de Achada Santo António, na rampa de “O Poeta” que dá acesso a Chã de Areia, foi demolida esta manhã, 7, por ordem da Câmara Municipal da Praia.
A construção, de mais de 20 metros, foi amplamente criticada no início desta semana por cidadãos praienses e não só, que questionaram a sua legalidade, para além de questões paisagísticas, urbanisticas e de acesso ao usufruto do espaço público, já que escondia toda a vista para a Gamboa e espaço envolvente.
Câmara garante que não autorizou o muro
Esta manhã, em declarações à Rádio de Cabo Verde, o presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, garantiu que a autarquia “não autorizou nenhuma construção de muro no local”.
“Nós podemos afirmar que esse muro é totalmente clandestino, que os proprietários e empresa construtora, os arquitetos, decidiram por iniciativa própria, construir ali na via pública”, indicou o responsável, que acionou o apoio da Polícia Nacional para acompanhar a demolição, a partir das 9h desta terça-feira,7.
No local, lembrou o edil, já existe um muro, construído há vários anos, sob o qual existia uma vedação em arame.
Para a sua extensão, os responsáveis por uma obra em construção, na encosta, arrancaram a vedação de arame e acrescentaram blocos em cima do muro existente.
Pressão social
A construção do muro mereceu reprovação severa de vários cidadãos residentes na capital, e não só, que prontamente questionaram a sua procedência e legalidade.
“Não vamos aceitar mais este crime urbano que se está a cometer contra a Praia, como se não bastasse a selvajaria que estão fazendo já com o orla marítima, tapando toda a vista das nossas lindíssimas baías”, escreveu José Pina, numa publicação de Cristina Fontes Lima, que também criticava a intervenção.
Com aquela construção, notou o ex-candidato à Câmara da capital Romeu di Lourdes, o percurso “perdeu toda sua maravilha, tanto os pedestres, como os que estão de carro, perderam a bela vista do Porto da Praia, do Centro Histórico do Plateau, do Ilhéu de Santa Maria, e de todo o contexto envolvente”, assim como “o vento fresco que vem da Praia da Gamboa”.