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Boa Vista

Autoridades cabo-verdianas pedem apoio à OIM para ajudar nas despesas com migrantes

A Alta Autoridade para Imigração (AAI) e a Câmara Municipal da Boa Vista submeteram um pedido à Organização Internacional para Migrações (OIM) para ajudar a suportar as despesas até concluir o processo de repatriamento dos imigrantes que deram numa piroga.

 Recorde-se que no dia 15 de Janeiro foram resgatadas pelas autoridades cabo-verdianas 90 migrantes da costa africana, e dois cadáveres, a bordo de uma piroga que deu à costa no farol de Morro Negro, na zona Norte da Boa Vista.

Até esta parte os imigrantes se encontram alojados no Pavilhão Seixal, na cidade de Sal Rei, Boavista.

Cabo Verde com “enormes desafios” na abordagem de das questões migratórias

São palavras de Carmen Barros, presidente do AAI, quando falava à imprensa após o início da agenda de trabalho na Boa Vista, com propósito de tratar da implementação da unidade local para a imigração, que é a representação da entidade na ilha, mas que desenvolve actividades em parceria com a Câmara Municipal da Boa Vista.

Conforme a responsável da AAI, este acontecimento específico tem a ver com a emergência ligada à mobilidade e às migrações, que “coloca a nu” os “enormes desafios” que ainda existem em Cabo Verde na abordagem das questões migratórias.

Carmen diz que a partir da conversa com a equipa camarária boavistense ficou ciente de que estes desafios tocam ao País, que terá de se preparar da melhor forma para eventos desta natureza que tem surgido em Cabo Verde nos últimos anos, recordado casos recentes da ilha do Sal e dois na ilha da Boa Vista em menos de um ano.

Pedido de ajuda já está submetido diz Carmen Barros

“Em conjunto com a câmara municipal submetemos um pedido à organização internacional para as migrações para ajudar o País a suportar os custos ligados a estas pessoas, de alguma forma até se concluir o processo de repatriamento dos cidadãos estrangeiros que deram à costa da ilha”, declarou.

A responsável do AAI precisou que este é o resultado do primeiro encontro com responsáveis da autarquia local que, em parceria com a AAI e outras entidades locais, têm trabalhado a nível da assistência aos imigrantes.

Assistência, alojamento e repatriamento é um trabalho conjunto de várias entidades

“Do do nosso lado tentamos fazer a nossa parte, mobilizando algum recurso para cobrir a parte da assistência que esperamos que se vai efectivamente concretizar”, garantiu, observando haver questões que se colocam nomeadamente a nível do alojamento improvisado para este acolhimento, tendo em conta que há desafios que se colocam a nível das instalações e assistência, com homens, mulheres e menores no mesmo espaço.

Questionada pela Inforpress se além da assistência o que é que a AAI está a fazer para tratar dos processos legais do repatriamento, a mesma respondeu que a este nível, como em alimentação, produtos de higiene e primeiros socorros, este tipo de situação envolve várias entidades como a câmara, a própria entidade da AAI que colabora com a edilidade, serviços de saúde e ONG.

Processos em curso

Pelo que, segundo sublinhou Carmen Barros, há outras dimensões do ponto de vista da emergência que toca outras entidades como a Proteção Civil e a Polícia Nacional, que trabalham na identificação das pessoas, conhecer quem são e os países de origem para se poder efectuar o repatriamento.

Carmen Barros disse ainda que pela informação que obteve estes processos estão em curso de momento pela via diplomática, através dos ministérios dos Negócios Estrangeiros, a nível da negociação com os países de origem, para o repatriamento dos imigrantes, parte deste processo na qual, explicou, a AAI não entra.

C/Inforpress

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