O músico Marcus Veiga, de nome artístico Scúru Fitchádu, que o ano passado esteve em Cabo Verde, lançou este mês o seu mais novo disco e segundo LP, intitulado “Nez txada Skúru dentu skina na braku fundu”. O trabalho, segundo o autor, foi conceptualmente inspirado em movimentos revolucionários pró-independência africana.
“Esta é uma obra conceptualmente inspirada nos movimentos revolucionários pró-independência africana, nos seus intervenientes, nas suas diretrizes e legados culturais, sendo estabelecido um paralelismo desses mesmos valores com uma interpretação poética do atual espetro urbano”, explica o artista, de origem cabo-verdiana, nascido em Portugal.
O disco contém 11 faixas musicais, cuja sonoridade “tem forte incidência na oralidade, com versos subversivos e de protesto”.
Contém ainda as participações de Cachupa Psicadélica em “Mar Brabu”, O GAJO em “Korre Manuel” e Henrique Silva (Acácia Maior) em “Korre Manuel” e “Strada noti”.
Foi gravado, misturado e masterizado no Recordie em Almada, com capa concebida por Alan Alan, fotografia de Vera Palminha e design de Mariana Rosa.
Encontro de ritmos
Conforme o artista, o seu trabalho faz referência direta tanto à música cabo-verdiana como de matriz africana, dentro de uma estética punk e eletrónica disruptiva, onde também se alinham influências e cruzamentos de diferentes universos musicais.
É, segundo diz, o resultado das vivências de um afrodescendente de pai cabo-verdiano e mãe angolana, nascido em Portugal e que acumulou estímulos artísticos e de vivências geográficas variadas.
O projeto Scúru Fitchádu nasceu em meados de 2016, estreando o primeiro EP homónimo “Scúru Fitchádu” no ano seguinte.
Em Janeiro de 2020 lançou o primeiro trabalho, intitulado “Un Kuza Runhu” [Uma coisa ruim].
Recentemente esteve em concerto no AME 2022, na cidade da Praia.