A Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde – AJOC – enalteceu hoje, Dia Nacional do Jornalista, o trabalho dos jornalistas, “de Santo Antão à Brava”, pelo trabalho que vêm desempenhando, “ao longo dos anos”, em prol “do acesso à informação, Liberdade de Imprensa e reforço da Democracia no País”.
Em nota de imprensa, a AJOC lembra,contudo, que muitos desafios persistem.
“Nos tempos que correm, tempo novos, onde a missão do jornalista é cada vez mais difícil e desafiante, não só para evitar fenómenos recorrentes que competem com a nobre missão de informar, como as Redes Sociais, mas também para enfrentar fenómenos como as chamadas Fake News, imputadas muitas vezes, injustamente, aos jornalistas, só o rigor e a imparcialidade exigida no código deontológico do jornalista podem contrariar, numa busca incessante da verdade, em prol do Serviço Público. Esta é, e continuará a ser, a grande missão da classe”, afirma a associação.
Driblar o desafio da falta de recursos
A AJOC lembra ainda que o desafio da “falta de recursos”, num país arquipelágico, onde, como diz, “é preciso todos os dias reinventar-se para fazer o jornalismo acontecer”. Nesse sentido, aproveitam o momento para “apelar aos poderes públicos e privados, e às forças vivas da sociedade, para que todos contribuam para que possamos continuar a fazer o jornalismo acontecer”.
Pois, defende, que “é no cidadão cabo-verdiano, na sua ousadia, luta pela liberdade incessante, e na forma como encara o desafio do desenvolvimento e da Democracia, diariamente, que está a verdadeira fonte que alimenta o jornalismo cabo-verdiano”.
“Chamamos ainda atenção de que a liberdade não é libertinagem e que o próprio exercício do jornalismo implica também questões que são inultrapassáveis, como o direito à honra, à consideração e, sobretudo, à Constituição da República”.
Com isso, a AJOC, afirma querer apelar ao “comprometimento” dos jornalistas na preservação dos valores que regem a profissão. “Porque ser jornalista não quer dizer que se pode tudo, é preciso responsabilidade e conhecimento das leis da República, na certeza de que só assim estaremos a servir o País e as pessoas, em prol, reiteramos, do Serviço Público que prestamos”.
Subir no ranking dos Repórteres sem Fronteiras
Nesse contexto, a associação diz ainda que não é demais relembrar a importância da formação constante da classe, na busca de conhecimento, “neste mundo globalizado, cada vez mais bem capacitada no exercício das suas funções”.
Neste quesito, a AJOC lembra que tem envidado esforços para promover várias iniciativas de formação, de forma descentralizada, para que todos tenham “igual acesso de oportunidades às novas tendências do jornalismo”.
O contexto, em termos de Liberdade de Imprensa, “não é o melhor”, admite a associação, sabemos, pois, como lembra, Cabo Verde tem vindo a descer no Ranking dos Repórteres Sem Fronteiras. “Por isso, cumpre a cada um de nós, continuarmos a trabalhar e a dar o nosso melhor para contrariar esse cenário”, finalizam.