A violação dos direitos humanos dos trabalhadores tem sido constantemente abordada pelos sindicatos do país. A União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde-Central Sindical (UNTC-CS), tida como a maior do país, denunciou recentemente o que considera ser casos de trabalho forçado em Cabo Verde.
Estas denúncias também são corroboradas pelo Sindicato da Industria Geral Alimentação Construção Civil e Afins (SIACSA), sedida na Cidade da Praia, e pelo Sindicato Livre dos Trabalhadores de Santo Antão.
Na perspectiva da UNTC-CS, há trabalhadores obrigados a fazerem horas extras sem contrapartidas em termos de remuneração, bem a exploração de crianças e adolescentes para fins comerciais.
SIACSA chama atenção para baixos salários na função pública
Já o SIACSA aponta para problemas no que toca ao trabalho digno no país e cita baixos salários a nível da função pública e condições de higiene, saúde e segurança no trabalho que “deixam a desejar”.
“O trabalho digno não é sair na rua e ver crianças a trabalhar, não é ir numa empresa e ver que se pagam salários abaixo do salário digno, o próprio Estado de Cabo Verde faz isso, não é ver uma pessoa a não gozar férias…”, exemplifica Gilberto Lima.
Trabalhadoras do Planalto Leste recebem menos de 230 escudos por dia
Em Santo Antão, o Sindicato Livre dos Trabalhadores dessa ilha considera o estado dos direitos humanos dos trabalhadores na ilha de “altamente negativa” e “aquém das expectativas” dos cabo-verdianos.
Cita, por exemplo, trabalhadores sem proteção civil, salários abaixo do permitido por lei, como é o caso das trabalhadoras do perímetro florestal do Planalto Leste que trabalham por menos de 230 escudos por dia. Situação que, segundo Carlos Bartolomeu, tem permitido o alastramento da pobreza extrema no país.