As denúncias de violência contra a mulher tem aumentado, segundo a presidente do Instituto Cabo-verdiano da Igualdade e Equidade do Género (ICIEG), Marisa Carvalho, que destaca a prevalência na camada jovem.
As informações foram avançadas esta sexta-feira,25, dia em que se assinala o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a mulher.
Apesar de não dispor de dados oficiais, já que só são avançados no final do ano judicial, mas informou que os centros de atendimento e apoio às vítimas apontam para um aumento de denúncias, especialmente entre os jovens.
Marisa Carvalho revelou que o mais comum continua a ser a violência física por ser a mais visível, mas alertou que há outros tipos de violência que são tão ou mais graves do que a violência física.
Entretanto defendeu que a questão da violência deve ser trabalhada desde o sistema educativo, sendo que a violência ligada ao cyberbullying sobretudo na camada juvenil começa a ser “preocupante”.
Dependência económica
O aumento, segundo Carvalho, pode significar um aumento de confiança nas instituições que fazem essas pessoas dirigirem-se aos serviços do ICIEG, mas também interpela a todos a pensar que estes casos têm que ser cada vez mais tratados de forma mais célere e mais precoce para que realmente a situação não se agrave.
As vítimas, na sua maioria, são mulheres com condições sócio económicas baixas, com uma grande dependência económica para com o seu parceiro, e muitos casos em que são colocadas na rua ou postas numa situação em que não têm alternativa nem meios de subsistência.
A ideia, segundo a presidente, é trabalhar de forma concertada para promover essa independência económica, e nos casos mais recentes onde as vítimas são jovens apostar e promover formações, dotá-las de kits de auto-emprego.
Fundo de Apoio à Vítima em 2023
Segundo disse, o maior desafio do ICIEG é dar seguimento aos casos, mas realçou que já foi criado um fundo de apoio à vítima no Orçamento de Estado de 2023 que irá permitir fazer um trabalho de prevenção, no acto mas principalmente depois de modo a assegurar que essas mulheres tenham um acompanhamento psicológico, de informação jurídica mas principalmente de formação da pessoa e de reconhecimento.
O dia 25 de Novembro, foi declarado Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres para abordar uma das violações de direitos humanos mais difundidas, persistentes e devastadoras da actualidade.
Segundo a Declaração sobre a Eliminação da Violência Contra as Mulheres emitida pela Assembleia-Geral da ONU em 1993, a violência contra a mulher é “qualquer acto de violência baseado no género do qual resulte, ou possa resultar, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico para as mulheres, incluindo as ameaças, a coacção ou a privação arbitrária de liberdade, que ocorra, quer na vida pública, quer na vida privada.”
C/ Inforpress