De acordo com a nova programação do navio Liberdadi, os passageiros da Brava que queiram chegar ao Fogo precisam, primeiro, fazer escala na Praia. E quem quiser viajar do Fogo, para a cidade da Praia terá, também, de pernoitar na Brava, para continuar a viagem do dia seguinte.
De acordo com a programação a que a Inforpress teve acesso, este cenário vai repetir-se na segunda-feira, para quem quer viajar do Fogo para a Praia na terça, na quarta-feira, para as viagens de quinta-feira, e na sexta-feira, para viagens no sábado.
Para os viajantes que queiram alcançar a ilha do Fogo a partir da ilha Brava não há opções, a não ser cumprir o itinerário Brava – Praia – Fogo.
Com esta nova programação, o navio Liberdadi vai ficar a pernoitar na ilha Brava nas segundas, quartas e sextas-feiras, respondendo às reivindicações dos bravenses de terem um barco a dormir no porto.
Mas, por outro lado, traz constrangimentos para os passageiros oriundos do Fogo que queiram ir à Praia ou da Brava que queiram ir ao Fogo.
Sem ligação direta
Normalmente, o itinerário seguido é Brava – Fogo – Praia e vice-versa, permitindo assim os passageiros da Praia com destino ao Fogo chegarem no mesmo dia e os da Brava, também, sem a necessidade de pernoitar nas ilhas.
O passageiro Niklas Amado, na Brava, contou à imprensa que viajou com a esposa da Praia para o Fogo e as duas passagens custaram um total de sete mil e poucos escudos. Para regressar, foi necessário comprar um bilhete Fogo – Brava – Brava – Praia, o que ultrapassou os dez mil escudos, além dos custos com o transporte para se deslocar Furna – Nova Sintra, o valor de 3.500 escudos para alojamento e, ainda, custos com alimentação.
Igualmente, Maria Tavares indicou alguns constrangimentos causados pelo novo itinerário, questionando como é que as pessoas sem condições para arcar com todas estas despesas conseguem ficar na Brava por uma noite se não tiver algum familiar.
Situação complicada
Segundo a mesma fonte, esta situação precisa ser analisada, reforçando que o mais triste é ter de carregar todas as bagagens do cais de Furna até Nova Sintra e no outro dia fazer o percurso Nova Sintra – Furna para fazer o mesmo processo de check-in e só depois viajar.
“É uma situação complicada porque é pagar duas passagens, pagar carro, pagar pensão, pagar alimentação”, denunciou a passageira.
C/ Inforpress