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Cultura

“Mãe Pretinha” de Patricia Silva em competição no FestFilme de São Tomé

O filme “Mãe Pretinha”, da realizadora cabo-verdiana Patrícia Silva, está em competição no São Tomé FestFilm, festival internacional de cinema, que decorre entre 25 a 29 de Outubro. A produção concorre na categoria Curta-metragem Filmes Africanos e conta a história ficcionada de crianças que têm como única refeição do dia, aquela que é oferecida no programa de cantinas escolares.

A produção foi selecionada no âmbito do concurso “Bodji” do projecto Aliança, cujo um dos objetivos era produzir curtas que abordassem o direito humano à alimentação.

“Mãe pretinha”, símbolo enraizado na história e cultura cabo-verdiana, representa, segundo a autora, “uma tradição enraizada naqueles que muitas vezes não possuem outra forma para confecionar os seus alimentos”.

“O simbolismo e a contradição da expressão “Mãe pretinha é k’kriá nós tud” é que ela remete a infância, sobretudo dos excluídos de uma sociedade cada vez mais desigual, onde muitos têm direito apenas a uma refeição por dia. Somos iguais nos direitos e deveres”, explica Patrícia Silva.

Realidade ficcionada

Portanto, a curta-metragem, que é o primeiro filme de Patrícia Silva, conta a história, “ligeiramente ficcionada”, de muitas crianças cabo-verdianas que têm como única refeição quente diária, o Programa das Cantinas Escolares em Cabo Verde e mostra como esta memória pode marcar a vida de uma criança.

“Somos iguais nos direitos e deveres. Contudo, diferentes em privilégios. A curta “Mãe pretinha” conta a história de muitas crianças cabo-verdianas que têm como única refeição quente diária, o programa das cantinas escolares em Cabo Verde e mostra como esta memória pode marcar a vida de uma criança”, explica a realizadora.

A história, segundo disse, foi-lhe contada pelo seu compadre, “o De Reis”, que é o protagonista do filme.

“O protagonista conta-nos como o programa das cantinas escolares foi importante para ele e a mim particularmente reforçou o fato de ter sido uma criança privilegiada que podia dar ao luxo até de negar a refeição quente na escola pois eu recusava a come-la”, lembrou.

O filme teve a sua pré-estreia no Festival Kavala Fresk e estreou no festival de cinema Oiá, em Mindelo.

Antes disso, já tinha também participado no festival de cinema de Moçambique.

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